Nunes diz que vai deixar 'poeira assentar' para avaliar encontro com Marçal
Ricardo Nunes afirmou nesta segunda-feira (7) que ainda não avaliou um possível encontro com Pablo Marçal, que ficou em terceiro lugar na eleição à Prefeitura de São Paulo.
O que aconteceu
Nunes afirmou que vai esperar para analisar encontro. "Ainda está cedo. Tivemos esse resultado ontem à noite e ainda não discutimos essa questão dos apoios. (...) Como diz o ditado popular, né? Deixa assentar a poeira. Tranquilidade", declarou ele ao UOL News, na manhã dessa segunda (7).
Apesar de se esquivar sobre reunião, ele disse acreditar no apoio dos eleitores do ex-coach. "O eleitor do Marçal é fundamental. Desejo, preciso e quero muito que possamos ter esses votos, até porque muitos deles defendem aquilo que a gente também defende."
Marçal condicionou apoio a Nunes. Apesar da cautela do prefeito, o candidato do PRTB já sinalizou que deve apoiá-lo com condições. Na noite de domingo, o ex-coach afirmou que quer que Nunes "se comprometa a adotar as propostas" que ele tinha, sem entrar em detalhes sobre quais. Marçal falou com os jornalistas em frente à sua casa no Jardim Europa, bairro nobre de São Paulo.
Em comitê de Nunes, Marçal foi xingado. "Ei, Marçal, vai tomar no c....", foi cantado por assessores, apoiadores e políticos que se abraçaram e gritaram depois de a derrota do ex-coach ser confirmada, segundo a colunista do UOL Raquel Landim. Desde que o Datafolha projetou que Nunes e Boulos se enfrentariam no segundo turno, clima era de muita comemoração. "Chupa, Marçal!" — foi a primeira frase que se ouviu logo após o anúncio em um telão instalado no local e sintonizado na GloboNews.
"Ausência" de Jair Bolsonaro foi fruto de agenda cheia, diz Nunes. "Muitas pessoas falam: 'ah, mas ele não esteve tão presente'. Ele estava fazendo campanha em vários municípios. Agora, no segundo turno, muitos municípios já resolveram a sua questão eleitoral, Rio de Janeiro e tantos outros."
Tarcísio foi para o "front". O candidato ainda não poupou elogios ao atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, seu grande apoiador no 1º turno. "O Tarcísio também foi fundamental nesse processo. Ele foi para o front e fizemos várias caminhadas juntos", disse.
Nunes aproveitou para reforçar críticas a suposta "desordem" de Guilherme Boulos. O candidato do PSOL disputa o segundo turno com ele. O atual prefeito saiu na frente por apenas 25 mil votos de diferença — teve 29,48% dos votos válidos, enquanto Boulos 29,07%. Marçal teve 28,14%.
Soco e xingamentos
A discussão em torno do apoio acontece após um primeiro turno de brigas entre Nunes e Marçal. Os dois bateram boca depois de o ex-coach dizer que o prefeito foi chamado de "bandido" pela esposa. No debate da RedeTV!/UOL, Marçal se referiu a uma reportagem da Folha de S.Paulo, de abril deste ano, que revelou que a mulher de Nunes teria dito que era "casada com bandido" e ameaçado "chamar o PCC" durante uma discussão em 2014. Nunes negou.
Os candidatos também trocaram xingamentos nos bastidores do debate Flow News. "Tchutchuca do PCC, vou te investigar", provocou Marçal. "Condenadinho", respondeu Nunes, em 23 de setembro.
No mesmo dia, o cinegrafista e sócio de Marçal deu um soco em marqueteiro de Nunes. Pessoas presentes no estúdio disseram que Duda Lima tentou cobrir a câmera do celular de Nahuel Medina, que reagiu com agressão. Os envolvidos seguiram para o 16º DP, na Vila Clementino, zona sul da capital.
Nunes espera que o ex-concorrente reavalie falas. "Eu acho e espero que o Pablo Marçal tenha aprendido com seus erros, que foram muitos", afirmou o atual prefeito ao comentar uma possível aliança com o ex-coach.
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