Sakamoto: Pesquisas dão injeção de ânimo para a militância de Boulos
Os resultados das pesquisas eleitorais Real Time Big Data e Quaest para a eleição de São Paulo apontaram uma oscilação positiva para Guilherme Boulos (PSOL) — e, mesmo dentro da margem de erro, os resultados deram uma injeção de ânimo na campanha do psolista, afirmou o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News desta quarta-feira (23).
A Real Time Big Data apontou que Ricardo Nunes (MDB) lidera as intenções de voto com 51%, diferença de 11 pontos em relação a Boulos, que aparece com 40%. Já a Quaest indicou a menor distância entre os dois até agora: Nunes com 44%, Boulos com 35%.
A campanha do Boulos está animada, falou que os dados da Quaest estão indo ao encontro do tracking —uma pesquisa diária feita pelas campanhas para medir as tendências de intenção de voto do eleitorado.
O Boulos está fazendo essa ação de dormir um dia em casas de eleitores em vários bairros de São Paulo, participando de tudo o que pode participar, tentando se mostrar onipresente nas redes sociais e em eventos.
As duas pesquisas apontam oscilações dentro das margens de erro, mas isso, para a campanha do Boulos, dá uma injeção de ânimo nessa reta final. Ajuda a engajar a militância nas ruas e nas redes sob o argumento do 'vai que dá'.
Leonardo Sakamoto
Sakamoto lembrou que até a proposta de sabatina de Pablo Marçal, o principal responsável por aumentar a rejeição do deputado federal com mentiras sobre o uso de cocaína, Boulos aceitou.
O colunista ainda observou que, apesar de Nunes liderar, ele deve se atentar aos próximos movimentos —incluindo encontros com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O prefeito Ricardo Nunes, que está à frente, teve aquela churrascada com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Sinceramente, se ele pudesse, não teria ido. A essa altura da campanha, com Nunes fortalecido por sua rede de vereadores e lideranças comunitárias, pelo apoio de políticos como Tarcísio de Freitas, trazer a rejeição de Bolsonaro para o seu jogo eleitoral não vale a pena.
Leonardo Sakamoto
Bolsonaro e Marçal chegam para roubar atenção no fim do 2º turno
Tanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que apareceu em um evento pró-Ricardo Nunes (MDB) nesta semana, quanto Pablo Marçal (PRTB), que convidou Nunes e Guilherme Boulos (PSOL) para um "debate" nas redes sociais, parecem querer holofotes na reta final das eleições municipais, avaliou Sakamoto.
Marçal, que ficou em terceiro lugar na disputa, já recebeu uma resposta positiva de Boulos, enquanto Nunes não aceitou.
Sakamoto aponta, porém, que foi a atuação do coach nas redes, utilizando-se de artifícios como o falso laudo médico contra Boulos, que aumentou a rejeição do paulistano ao candidato do presidente Lula (PT) na capital —o que poderia não ressoar tão bem com parte do eleitorado do psolista, que acha que ele deveria manter distância de Marçal. E que a aposta visa a conquistar votos entre a parte do eleitorado de Marçal que não é antipetista, mas da periferia e até já votou em Lula.
O Boulos está tentando fazer um cálculo que, na reta final, valem várias armas para tentar virar o voto. Mas isso é uma caixa de surpresas, pois depende de qual será o público atingido.
São duas pessoas [Pablo Marçal e Jair Bolsonaro] que chegam no final da campanha e querem holofotes. Um vai ter holofote com o Boulos e o outro teve com Nunes.
Já Bolsonaro, para Sakamoto, apareceu em um momento em que Nunes já tem garantido o voto do eleitor que rejeita o PT e a esquerda em São Paulo. A rejeição a Bolsonaro, porém, é que pode ser um complicador para o prefeito agora.
O que Bolsonaro agregaria para Ricardo Nunes neste momento? O voto do bolsonarismo-raiz já está indo para o Nunes por gravidade. Então, o que ele agrega? Quase nada. Quer surfar e sentar na janelinha para depois dizer 'fui eu que elegi o Nunes'. E nem será o Tarcísio, se isso ocorrer, mas a base de vereadores do Nunes, atuando com as lideranças comunitárias, quem terá feito o trabalho.
Leonardo Sakamoto
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Atirador de Novo Hamburgo não tinha antecedentes criminais, diz prefeita
O homem que matou três pessoas, incluindo o pai e o irmão, e feriu outras nove em um ataque a tiros em Novo Hamburgo (RS) não tinha nenhuma anotação criminal na sua ficha, afirmou a prefeita da cidade, Fátima Daudt (MDB), em entrevista ao programa.
Edson Crippa, de 45 anos, foi morto pela Brigada Militar após um cerco policial contra ele que durou cerca de 9 horas. Crippa tinha registro de CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) e tinha quatro armas em seu nome. Ele já havia sido internado quatro vezes por questões relacionadas a esquizofrenia.
A informação que nós temos é que ele não tinha nenhuma passagem pela polícia, mas, pelo que eu tenho de informação, ele já havia sido internado quatro vezes por sintoma de esquizofrenia. Estamos aguardando para que a Polícia Civil faça toda a apuração.
Nós tivemos esse episódio, algo que não tínhamos vivenciado, não nessa magnitude. Causou estranheza e indignação pelo fato desse cidadão ter armas em casa, ter autorização para ter essas armas, ter munição - foram muitos tiros disparados -, e já ter sido internado por questões psiquiátricas. É algo que nos faz discutir. Temos que debater este tema porque é inadmissível. Quantas pessoas mais aqui na nossa cidade, mas estendo ao Brasil, têm munição em casa, têm armas, têm autorização, mas não estão aptas?
Fátima Daudt, prefeita de Novo Hamburgo
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