Josias: Tarcísio emporcalha democracia e se iguala ao pior do bolsonarismo
A declaração de Tarcísio de Freitas (Republicanos) que associou o PCC ao candidato Guilherme Boulos (PSOL) "emporcalha" a democracia e aproxima o governador de São Paulo ainda mais de práticas extremistas do bolsonarismo, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News.
Tarcísio citou um suposto "trabalho grande de inteligência" antes de citar o nome de Boulos como candidato supostamente indicado pela facção criminosa. O candidato do PSOL disse que pediu à Justiça a inelegibilidade do governador e de Ricardo Nunes (MDB), seu concorrente na disputa à Prefeitura de São Paulo, apoiado por Tarcísio.
Ao encostar o PCC na candidatura do Guilherme Boulos, quando as urnas ainda estavam abertas, o Tarcísio de Freitas emporcalhou a democracia. Ele começou a ter uma atitude criminosa, imprudente e até burra.
O crime é claro como água. Na prática, desestimula o eleitor que estava a caminho da urna a votar no Boulos. Ele disse no Palácio dos Bandeirantes, ao lado do Ricardo Nunes, que é o candidato dele. Então, não parece haver dúvidas de que ele cometeu um crime.
Foi a cadeirada do Tarcísio. É um negócio inaceitável, inadmissível para uma pessoa que se diz moderada. [...] O governador emporcalhou o sistema democrático, cometeu um crime na reta final do processo, no dia da eleição.
Josias de Souza
O colunista também criticou o momento escolhido por Tarcísio para divulgar a informação: os supostos bilhetes do PCC teriam começado a circular em 12 de setembro, antes mesmo do 1º turno e, segundo apurou a colunista Raquel Landim, não tinham sido encaminhados à Justiça até o dia de hoje.
Esse suposto aviso do PCC, ou esse comunicado salve do PCC, é de setembro, portanto é coisa velha. E mostra a imprudência porque, na prática, o Tarcísio de Freitas está se autodenunciando.
O criminoso está na cadeia para cumprir uma pena, não para ficar divulgando comunicados. Então, se divulga comunicado, é sinal de que a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo é incompetente e permite que criminosos se comuniquem de dentro do presídio.
Se a Justiça Eleitoral não tomar alguma atitude contra o Tarcísio de Freitas, ela vai se desmoralizar, porque isso é aceitável, em nenhuma circunstância, seja qual for o objetivo do governador. Josias de Souza
Kennedy: Tarcísio age como extrema direita ao produzir a fake news do dia
Para Kennedy Alencar, Tarcísio produziu a "fake news do dia"—uma prática que mancha a imagem de "moderado" de Tarcísio.
Ele produziu a fake news do dia, porque ainda que seja verdade que haja algum relatório da inteligência ouvindo alguma gravação de algum detalhe, orientando algum tipo de voto, quando ele relaciona isso ao Boulos, que não tem nada a ver com o crime organizado, é a estratégia do medo, de demonização, de diversão, é jogo baixo, é jogo desleal.
A fake news não é produzida só com uma completa mentira. A meia-verdade pode inclusive ser mais danosa, porque joga mais na confusão.
Kennedy Alencar
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Maierovitch: Tarcísio comete abuso de poder e se arrisca à inelegibilidade
O colunista Wálter Maierovitch explicou que o governador poderá responder a um processo de abuso de poder político. Há o risco de a consequência, como ocorreu com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ser a inelegibilidade.
Essa ação proposta pelo partido do Boulos é dirigida exatamente ao corregedor-geral da Justiça Eleitoral. O que ele faz? Ele inicia um processo investigatório. Essa ação se chama Ação de Investigação Judicial Eleitoral.
Neste caso, trata-se de um abuso de poder político --está muito claro: abuso de poder político. Ele se manifestou quando deveria comunicar e silenciar.
O corregedor faz toda a apuração, garante a ampla defesa e elabora um voto que submete ao tribunal, que decide pela procedência ou improcedência dessa ação. Se for procedente, poderá resultar em inelegibilidade.
Wálter Maierovitch
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Matais: fala de Tarcísio é crime eleitoral, e TSE precisa se manifestar
A fala de Tarcísio pode ser considerada um crime eleitoral e precisa de uma resposta do TSE, afirmou a colunista Andreza Matais no programa de hoje.
É gravíssima essa fala do governador de São Paulo. Ele está utilizando do cargo de governador para fazer essa declaração que, na minha avaliação, é um crime eleitoral, ao lado do prefeito de São Paulo, que disputa a reeleição, no meio do processo de votação. São dados que, se existem, precisariam ser apresentados, e esse não era o melhor momento para isso.
É algo que tem sido feito, já não é de hoje, se tentar fazer essa correlação desses grupos criminosos com a esquerda, e que seria a mesma coisa de você associar a milícia à direita.
Andreza Matais
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Kotscho: Com acusações falsas, Bolsonaro e Tarcísio mostram que são iguais
No programa, o comentarista Ricardo Kotscho relacionou a declaração de Tarcísio a uma falsa teoria, repetida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) hoje em Goiânia, de que o Lula (PT) não sofreu um acidente doméstico que o impediu de viajar à Rússia.
Para Kotscho, isso demonstra que Tarcísio e Bolsonaro estão do mesmo lado radicalizado do uso de notícias falsas para propósitos político-eleitorais. Kotscho também cobrou a ministra Cármen Lúcia, presidente do TSE, para que se manifeste.
Isso não pode demorar mais nenhum instante, tem que imediatamente ter uma providência do TSE. É o fato mais grave que aconteceu nessa campanha até agora. (...) É inexplicável, irresponsável.
Em Goiânia, hoje de manhã, o Bolsonaro, além de esculhambar com o ministro do STF Alexandre de Moraes, colocou em dúvida o acidente doméstico de Lula, que impediu a viagem dele para a reunião dos BRICS.
Assim como o Tarcísio, ele também não apresentou prova nenhuma, disse que recebeu no celular de alguma 'tia do zap' que mandou isso aí, e bota como se fosse um fato. Eles são iguais, não tem essa de moderado e radical. Eles são iguais.
Ricardo Kotscho
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