Snowden obtém status de refugiado na Rússia e deixa aeroporto de Moscou
O ex-consultor de inteligência dos EUA Edward Snowden, 30, obteve status de refugiado na Rússia, segundo o site Wikileaks. O advogado russo que o acompanha, Anatoly Kucherena, disse que a permissão para ficar no país tem validade de um ano.
Snowden deixou nesta quinta-feira (1º) o aeroporto de Sheremetyevo, segundo autoridades aeroportuárias. O americano ficou mais de um mês na zona de trânsito do lugar, enquanto aguardava resposta a seu pedido de asilo político.
Segundo seu advogado, ele foi para um lugar seguro que não será identificado. "Segurança é uma questão muito importante para ele", disse Kucherena.
O ex-consultor acredita que, nos EUA, não obterá um julgamento justo. Ele é procurado pelo governo americano por revelar detalhes sobre um amplo programa de monitoramento da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA, na sigla em inglês). Desde as revelações, Snowden deixou os EUA, que negociam com o governo russo sua extradição.
A concessão de asilo a Snowden não interferirá no diálogo entre EUA e Rússia, afirmou um diplomata do Kremlin. "Nosso presidente (Vladimir Putin) expressou muitas vezes esperança de que isso não vai afetar o caráter de nossas relações", disse Yuri Ushakov. Segundo o diplomata, está mantida a ida de Obama a Moscou em setembro.
Amplitude dos grampos
Na quarta-feira (31), Snowden revelou via "Guardian" mais detalhes sobre o programa de monitoramento da NSA.
Segundo o ex-consultor, os EUA podem espiar "quase tudo" que os internautas fazem. Slides divulgados pelo jornal britânico mostram que perto de 42 bilhões de registros foram capturados pelo programa usado pela NSA emum único mês de 2012, e meio trilhão de capturas de dados eram feitas anualmente.
O volume de conteúdo coletado era tanto, diz o jornal, que podia ser guardado apenas por alguns dias, sendo deletado depois para liberação de espaço no servidor da NSA. Outro slide diz que o programa funcionava em 700 servidores e 150 sites pelo mundo.
O "Guardian" diz que o esquema teve apoio de gigantes da internet como Google, Facebook, Microsoft e Apple. As empresas negaram colaboração nos grampos e pediram ao governo americano permissão para divulgar as solicitações que receberam.
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