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Em troca de acusações, Ucrânia, Rússia e rebeldes negam ter abatido avião

Do UOL, em São Paulo

17/07/2014 17h16

Em declarações dadas logo após a confirmação da queda do voo MH17 da Malaysia Airlines, autoridades dos governos russo e ucraniano, além do representante da República Autoproclamada de Donetsk, negaram ter abatido o avião. Todas as 298 pessoas a bordo morreram.

O voo MH17 ia de Amsterdã, na Holanda, para Kuala Lumpur, na Malásia, e voava a 10 mil metros quando caiu na fronteira entre a Rússia e Ucrânia.

O Ministério do Interior ucraniano atribuiu a queda da aeronave, um Boeing 777, a "um míssil disparado do solo".

Rebeldes separatistas da região leste da Ucrânia, onde o avião caiu, negaram qualquer envolvimento. "Nós simplesmente não temos esse sistema de defesa aérea", afirmaram à agência Interfax. Os insurgentes pró-Rússia afirmaram que o avião foi derrubado por um caça-bombardeiro da Força Aérea ucraniana.

Por sua vez, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, também negou que o Exército do país tenha participação e chamou a queda do avião de “ato terrorista”. "Nós não descartamos que esse avião tenha sido derrubado, e reforçamos que as Forças Armadas da Ucrânia não agiram contra alvos aéreos.”

"Este é o terceiro evento trágico nos últimos dias, quando aeronaves militares ucranianas An-26 e Su-25 foram derrubadas em território russo", diz a declaração do presidente.

Já o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, afirmou que é "estupidez" acusar o país de envolvimento no acidente com o MH17. A suspeita havia sido levantada logo após o acidente pelo ministro das Relações Exteriores de Kiev, Pavlo Klimkin, que alegou "ter evidências" sobre a participação russa na queda da aeronave.

Mais tarde, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que a Ucrânia tinha responsabilidade pela queda de um avião de passageiros no leste do país, dizendo que o incidente não teria acontecido se Kiev não tivesse retomado uma campanha contra separatistas pró-Rússia. "Essa tragédia não teria acontecido se houvesse paz na terra. Ou, em qualquer caso, se operações militares no sudeste da Ucrânia não tivessem sido retomadas", falou em declaração transmitida pela TV.

Os separatistas pró-Rússia indicaram que pode haver um cessar-fogo de até três dias no leste da Ucrânia para permitir que seja feito o trabalho de resgate no local.

O governo da República Autoproclamada de Donetsk afirmou que passará as caixas-pretas do avião para autoridades russas. "Em Moscou, eles têm especialistas de alta competência que poderão determinar a causa do acidente, apesar de parecer óbvia em todo o caso", disse o vice-premiê Andrey Purgin. (Com agências internacionais)