EUA dizem na ONU que separatistas "possivelmente" derrubaram avião
A representante dos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU, Samantha Power, afirmou durante reunião realizada nesta sexta-feira (18) sobre a queda do avião da Malaysia Airlines na Ucrânia que a aeronave foi "possivelmente derrubada por um míssil de superfície SA-11 operado de uma localização separatista no leste da Ucrânia".
De acordo com Power, milicianos portando o equipamento para o disparo de mísseis foram vistos perto do local pouco tempo depois de o avião cair.
“Não vamos descansar enquanto não descobrirmos o que aconteceu”, disse ela.
A norte-americana afirmou que os separatistas não teriam condições de operar tal equipamento sem assistência especializada devido à complexidade do sistema SA-11, e que, por isso, não descarta a participação de russos na ação.
“Se a Rússia apoiou os separatistas, ela teria motivos para esconder os vestígios, e por isso uma investigação deve começar imediatamente”, apontou Power.
“A Rússia diz que quer a paz, mas nós já trouxemos a esse Conselho inúmeras provas de que o país continua apoiando os separatistas”, ela afirmou.
O embaixador russo na ONU, Vitaly Churkin, por sua vez, rebateu as acusações e colocou a culpa na Ucrânia.
"Colocamos toda a culpa nos poderes em Kiev", afirmou Churkin, acrescentando que não é momento de "declarações vagas e injustificadas ou insinuações".
"Achamos certo trazer uma comissão internacional para investigar não apenas o desastre, mas também em que extensão as autoridades de aviação ucranianas cumpriram suas responsabilidades", afirmou. "Por que os controladores mandaram um voo para lá?"
Conselho de Segurança quer “investigação completa e transparente”
Representante do secretário-geral da ONU, Jeffrey Feltman afirmou aos embaixadores presentes à reunião de emergência do Conselho de Segurança que, “como já reiterado pelo secretário-geral em incontáveis ocasiões, grupos armados precisam se desengajar (...). Ao mesmo tempo, pedimos que as autoridades ucranianas ajam com cuidado para proteger os civis”.
De acordo com Feltman, a ONU não tem como verificar a veracidade dos números, mas organizações humanitárias reportaram 500 mortes desde o início dos conflitos na Ucrânia, iniciados em novembro de 2013, 1.400 feridos e milhares de cidadãos desalojados pelo medo da violência.
O representante do Reino Unido no Conselho, Mark Lyall Grant, assim como fizeram os EUA, também criticou o posicionamento russo na crise e pediu que o país use sua “influência” sobre os rebeldes para que o acesso dos investigadores internacionais ao local do acidente seja permitido, o que ainda não havia sido constatado.
“A Rússia precisa refletir claramente sobre a situação que eles criaram”, disse Grant. “Esses grupos armados não representam o povo ucraniano e, sem o apoio da Rússia, não teriam vingado”, disse.
"Nós sabemos que três líderes na chamada República Popular de Donetsk são cidadãos russos, [e que separatistas receberam material de apoio] incluindo cem Manpads [disparador de míssil], de 15 a 25 tanques de guerra, sem falar em lançadores de foguetes e outros veículos blindados", afirmou o embaixador.
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