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"Não há lugar na sociedade para racismo, supremacia branca e neonazistas", diz filha de Trump

Ivanka Trump é filha e conselheira do presidente norte-americano, Donald Trump - Timothy A. Clary/AFP
Ivanka Trump é filha e conselheira do presidente norte-americano, Donald Trump Imagem: Timothy A. Clary/AFP

Do UOL, em São Paulo

13/08/2017 11h40

Filha e conselheira do presidente norte-americano, Donald Trump, Ivanka denunciou neste domingo (13) "o racismo, a supremacia branca e os neonazistas", após os confrontos durante uma manifestação da extrema-direita, no último sábado (12), em Charlottesville, no Estado da Virgínia.

"Não há lugar na sociedade para o racismo, a supremacia branca e os neonazistas. Todos temos de nos unir como americanos e ser um país unido", declarou ela, em uma série de tuítes.

Sua posição contrasta com a do pai, que, no sábado, condenou tanto os manifestantes de direita quanto os antirracistas pela violência gerada por "ambas as partes". Trump foi muito criticado por seus comentários, inclusive por membros do Partido Republicano.

IMAGENS FORTES - Carro atropela manifestantes na Virgínia

UOL Notícias

Carro atropela multidão e mata uma pessoa

Um homem atropelou várias pessoas no sábado em uma marcha de manifestantes antirracismo em Charlottesville. Segundo as autoridades, uma mulher de 32 anos morreu no atropelamento. Outras 19 pessoas ficaram feridas --cinco estão em estado crítico.

O motorista suspeito do atropelamento foi preso logo após o crime. Ele foi identificado como James Alex Fields Jr., 20 anos, de Maumee, Ohio, e responderá a acusação de assassinato em segundo grau (intencional, mas não planejado com antecedência). A polícia não divulgou qual teria sido a motivação alegada pelo suspeito para cometer o ataque.

Vídeos de testemunhas mostram o momento em que o carro avança sobre manifestantes que marchavam contra os supremacistas brancos. Ele para ao se colidir com outro carro, e o motorista imediatamente dá marcha à ré.

Carro atropela multidão - Ryan Kelly/The Daily Progress via AP - Ryan Kelly/The Daily Progress via AP
Carro atropela multidão que protestava contra o racismo em Charlottesville, Virgínia
Imagem: Ryan Kelly/The Daily Progress via AP

O incidente ocorreu pouco depois de o governador da Virgínia, Terry McAuliffe, ter declarado estado de emergência na cidade. Charlottesville está sendo palco de conflitos entre grupos antiracismo e nacionalistas brancos, neonazistas e membros da Ku Klux Klans desde a noite de sexta-feira (11), que se reuniram para protestar contra negros, imigrantes, gays e judeus.

O FBI anunciou que vai abrir uma investigação de direitos civis sobre as circunstâncias que levaram o motorista a avançar sobre a multidão.

Queda de helicóptero

Um helicóptero da polícia da Virgínia caiu e deixou dois agentes mortos neste sábado próximo à cidade de Charlottesville, onde grupos neonazistas e antirracistas se enfrentaram.

Segundo a polícia estadual da Virgínia, o helicóptero caiu por volta das 17h locais (18h de Brasília) perto de uma área florestal em Albermale. Os dois ocupantes do helicóptero eram policiais e morreram na queda; ninguém ficou ferido em solo.

A polícia afirmou que está investigando as causas do acidente. Ainda não se sabe se a queda da aeronave tem relação direta com os confrontos.

faixas contra a "supremacia branca" - Joshua Roberts/Reuters - Joshua Roberts/Reuters
Grupo de manifestantes antirracismo trazia faixas contra a "supremacia branca"
Imagem: Joshua Roberts/Reuters

"Unir a Direita"

A polêmica marcha "Unite the Right" (Unir a Direita) foi organizada como protesto pela retirada de uma estátua em homenagem ao general confederado Robert E. Lee, que liderou as forças sulistas, pró-escravidão, durante a Guerra Civil dos EUA, no século 19. Nela, os nacionalistas gritaram palavras de ordem contra negros, imigrantes, homossexuais e judeus e carregaram tochas, fazendo gestos nazistas.

Antes do atropelamento, os confrontos entre os manifestantes neste sábado aconteceram no Emancipation Park, local onde está a estátua do general Lee, pouco antes do meio-dia, quando estava marcado o evento, que prometia reunir mais de mil manifestantes, incluindo líderes de grupos associados à extrema-direita do país. Quinze pessoas ficaram feridas nesses confrontos.

"Vocês não nos apagarão", cantou uma multidão de nacionalistas brancos, enquanto os manifestantes contrários levavam cartazes que diziam: "Nazi vai para casa" e "Destrua a supremacia branca".

A polícia precisou intervir e usar gás de pimenta para dispersar os dois grupos. Depois que a multidão foi dispersada, dezenas de agentes da lei vestidos com equipamentos de proteção foram vistos patrulhando as ruas, com pequenos grupos de manifestantes reunidos em bolsões nas ruas circundantes.

Segundo o presidente da Câmara de Vereadores da cidade, Mike Signer, a manifestação é racista, "uma parada covarde de ódio, preconceito, racismo e intolerância".

(Com agências internacionais)