Venezuela: Guaidó faz apelo a militares e pede respeito a direitos humanos
Resumo da notícia
- Opositor comanda comboio com ajuda humanitária na fronteira com Colômbia
- Dois caminhões também aguardam na fronteira entre Brasil e Venezuela
- Forças venezuelanas e manifestantes entram em confronto
- Nicolás Maduro mantém silêncio neste sábado
Em pronunciamento oficial feito hoje da Colômbia, o presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó, fez um apelo aos militares venezuelanos para liberar as fronteiras para a entrada da ajuda humanitária, agradecendo àqueles que "estão do lado certo da história".
"Aos militares que estão do lado certo da Constituição, vamos acabar com a usurpação para que a Venezuela encontre o caminho da prosperidade respeitando direitos humanos", disse Guaidó que, em seguida, subiu no caminhão de ajuda humanitária e acenou para apoiadores.
Ele falou à imprensa na fronteira entre os dois países acompanhando de Iván Duque, o presidente colombiano, que fez um pronunciamento breve antes. "Acabou de ser entregue a ajuda humanitária a Guaidó. Exigimos que seja permitida a entrada dessa ajuda de forma pacífica no território venezuelano", disse Duque.
Ao todo, dez caminhões, em meio a buzinas e gritos de manifestantes, seguem em direção à ponte de Tienditas, que separa os dois países. Trata-se de um gesto simbólico importante: caso o presidente venezuelano Nicolás Maduro não autorize a entrada dos veículos, eles ficarão atravessados na ponte.
Duas camionetes também partiram de Roraima levando alimentos e remédios e estão agora próximos à barreira venezuelana. A fronteira entre Brasil e Venezuela também está fechada desde quinta-feira (21). A expectativa é que venezuelanos consigam atravessar a fronteira para pegar os mantimentos. Imagens de TV mostram que já há algumas pessoas em volta dos veículos, aguardando para que os produtos sejam distribuídos.
Confrontos entre manifestantes e forças armadas
Os últimos dois dias foram marcados por protestos e confrontos nos três países. Militares venezuelanos usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha contra dezenas de pessoas que tentavam chegar à Colômbia por uma ponte fronteiriça em Ureña (Táchira). Manifestantes atearam fogo em um ônibus público, e tentaram derrubar outros dois. Maduro não se pronunciou durante todo o dia.
Ontem, ao menos duas pessoas morreram e outras ficaram feridas durante confrontos com forças de segurança venezuelanas na fronteira com o Brasil. Militares abriram fogo contra um grupo de civis que tentava ajudar a manter a fronteira da Venezuela com o Brasil aberta. Segundo opositores, os mortos são da comunidade indígena Kumaracapay. A Venezuela, porém, nega que as forças do governo tenham entrada em confronto com indígenas.
*Com agências internacionais
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