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Venezuela: Guaidó faz apelo a militares e pede respeito a direitos humanos

23.fev.2018 - Juan Guaidó lidera comboio com ajuda humanitária para a Venezuela - Guilhermo Munoz/AFP
23.fev.2018 - Juan Guaidó lidera comboio com ajuda humanitária para a Venezuela Imagem: Guilhermo Munoz/AFP

Beatriz Montesanti

Do UOL, em São Paulo*

23/02/2019 12h44Atualizada em 23/02/2019 20h07

Resumo da notícia

  • Opositor comanda comboio com ajuda humanitária na fronteira com Colômbia
  • Dois caminhões também aguardam na fronteira entre Brasil e Venezuela
  • Forças venezuelanas e manifestantes entram em confronto
  • Nicolás Maduro mantém silêncio neste sábado

Em pronunciamento oficial feito hoje da Colômbia, o presidente autoproclamado da Venezuela, Juan Guaidó, fez um apelo aos militares venezuelanos para liberar as fronteiras para a entrada da ajuda humanitária, agradecendo àqueles que "estão do lado certo da história". 

"Aos militares que estão do lado certo da Constituição, vamos acabar com a usurpação para que a Venezuela encontre o caminho da prosperidade respeitando direitos humanos", disse Guaidó que, em seguida, subiu no caminhão de ajuda humanitária e acenou para apoiadores. 

Ele falou à imprensa na fronteira entre os dois países acompanhando de Iván Duque, o presidente colombiano, que fez um pronunciamento breve antes. "Acabou de ser entregue a ajuda humanitária a Guaidó. Exigimos que seja permitida a entrada dessa ajuda de forma pacífica no território venezuelano", disse Duque. 

Ao todo, dez caminhões, em meio a buzinas e gritos de manifestantes, seguem em direção à ponte de Tienditas, que separa os dois países. Trata-se de um gesto simbólico importante: caso o presidente venezuelano Nicolás Maduro não autorize a entrada dos veículos, eles ficarão atravessados na ponte. 

Duas camionetes também partiram de Roraima levando alimentos e remédios e estão agora próximos à barreira venezuelana. A fronteira entre Brasil e Venezuela também está fechada desde quinta-feira (21). A expectativa é que venezuelanos consigam atravessar a fronteira para pegar os mantimentos. Imagens de TV mostram que já há algumas pessoas em volta dos veículos, aguardando para que os produtos sejam distribuídos. 

Confrontos entre manifestantes e forças armadas

Os últimos dois dias foram marcados por protestos e confrontos nos três países. Militares venezuelanos usaram gás lacrimogêneo e balas de borracha contra dezenas de pessoas que tentavam chegar à Colômbia por uma ponte fronteiriça em Ureña (Táchira). Manifestantes atearam fogo em um ônibus público, e tentaram derrubar outros dois. Maduro não se pronunciou durante todo o dia.

Ontem, ao menos duas pessoas morreram e outras ficaram feridas durante confrontos com forças de segurança venezuelanas na fronteira com o Brasil. Militares abriram fogo contra um grupo de civis que tentava ajudar a manter a fronteira da Venezuela com o Brasil aberta. Segundo opositores, os mortos são da comunidade indígena Kumaracapay. A Venezuela, porém, nega que as forças do governo tenham entrada em confronto com indígenas.

*Com agências internacionais