Bolsonaro nega derrota de Guaidó e diz que há fissuras entre militares
O presidente Jair Bolsonaro afirmou hoje que o governo brasileiro tem informações de que existem fissuras nas Forças Armadas da Venezuela um dia após líder do Parlamento da Venezuela e autoproclamado presidente interino do país, Juan Guaidó, anunciar que tinha apoio de militares para derrubar o governo de Nicolás Maduro no país.
Em conversa com jornalistas ao lado do ministro da Defesa, Fernando Azevedo, em Brasília, Bolsonaro disse que não há derrota de Guaidó após o movimento de ontem. "Não tem derrota nenhuma. Elogio e reconheço o espírito patriótico de lutar pela liberdade em seu país", disse Bolsonaro sobre o líder oposicionista.
Nas primeiras horas da manhã de ontem, Guaidó divulgou um vídeo em que aparece com o líder da oposição Leopoldo López, que estava em prisão domiciliar desde 2017 após ser condenado sua atuação nos protestos de 2014, afirmando ter o respaldo dos militares para "pôr fim" ao governo de Maduro, o que resultou em protestos e forte repressão em todo o país. Ao longo do dia o apoio da cúpula do governo de Maduro não se concretizou.
Bolsonaro expressou preocupação com os reflexos da crise venezuelana no Brasil devido aos impactos na produção de petróleo e no fornecimento de energia para Roraima.
"Com essa ação, com embargos, o preço do petróleo, a princípio sobe. Temos que nos preparar. Poderemos ter um problema sério dentro do Brasil, com um efeito colateral do que acontece lá"
Sem dar detalhes, Bolsonaro citou a prática de reajustes de preços praticada pela Petrobras e afirmou que irá conversar com a estatal para, segundo ele, antecipar problemas.
Novos protestos
Guaidó fez na manhã de hoje um novo apelo para que as pessoas saiam às ruas para protestar neste feriado de 1º de maio. A convocação acontece depois de Maduro ter comemorado vitória sobre o movimento deflagrado por Guaidó e agradecer às Forças Armadas por "derrotarem" a tentativa de golpe.
Em postagem feita hoje no Twitter, Guaidó divulgou os pontos de concentração das manifestações marcadas para hoje. "Seguimos com mais força que nunca, Venezuela", disse.
Às 10h30 no horário de Brasília ainda não haviam sido registradas grandes manifestações nos locais indicados por Guiadó.
Ele havia dito ontem em vídeo divulgado também nas redes sociais que "hoje é a 'fase definitiva da Operação Liberdade'" e disse que os venezuelanos se manterão de forma sustentada nas ruas até conseguir pôr fim à "usurpação" do poder por parte do presidente Nicolás Maduro.
Ontem, Maduro disse, em transmissão ao vivo pelas redes sociais, que houve uma tentativa de golpe de estado frustrada, encabeçada por Guaidó e Leopoldo López.
De acordo com a ONG venezuelana pelos direitos humanos Foro Penal, ao menos 119 pessoas, sendo 11 adolescentes, foram presas durante as manifestações de ontem. O estado com o maior número de prisões foi Zulia, com 69 pessoas, seguido por Carabobo, com 10 pessoas, Aragua, com 9, e Merida, com 8.
Um venezuelano de 24 anos, identificado como Samuel Enrique Méndez, morreu durante os protestos ocorridos no estado de Aragua, segundo informou a ONG Provea, que não detalhou as causas da morte. (Com informações da Reuters)
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