Hezbollah ameaça ataques para afetar transporte de petróleo para EUA
A facção pró-Irã no Iraque Kataeb Hezbollah ameaçou cortar o transporte de petróleo para os Estados Unidos em resposta aos avisos do presidente Donald Trump sobre possíveis sanções ao Iraque.
Abu Ali al-Askari, líder de segurança do Hezbollah, afirmou hoje via Twitter que "se Trump seguir com imposições econômicas para o Iraque, então vamos trabalhar com nosso amigos [Irã] para impedir o fluxo de petróleo do Golfo Pérsico para os EUA".
"Em relação à base aérea, ela será derrubada se eles [tropas norte-americanas] insistirem em permanecer no Iraque", acrescentou al-Askari.
O presidente disse ontem que vai impor sanções ao Iraque caso o país decida expulsar as tropas americanas que estão no país desde 2014, no combate ao grupo extremista Estado Islâmico.
Os EUA têm mais de 5.000 militares em território iraquiano. "Vamos impor a eles sanções como eles nunca viram", afirmou Trump a jornalistas durante voo do Air Force One, o avião presidencial americano.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse na semana passada que o mundo não pode se permitir outra guerra no Golfo Pérsico, em sua primeira declaração pública após a morte do comandante da Força Quds, unidade especial dos Guardiões da Revolução Islâmica, general Qasem Soleimani, em decorrência de um ataque dos Estados Unidos.
Apesar de apelos da comunidade internacional, Trump e lideranças do Irã e do Iraque não recuaram e aumentaram a escalada de ameaças desde a ação dos Estados Unidos que matou o general iraniano Qassim Suleimani.
Desde o dia 2 de janeiro —quando um bombardeio feito por um drone americano matou Suleimani e ao menos outras oito pessoas em um aeroporto de Bagdá, capital iraquiana— a tensão entre os dois países vem aumentando, apesar dos apelos da comunidade internacional para uma saída pacífica para a crise.
Ameaças ao Irã
Desde a noite de sábado (4), Trump já fez pelo menos duas graves ameaças de ataques militares ao Irã.
Primeiro, disse que tinha uma lista de 52 alvos iranianos a serem atingidos caso o país atacasse americanos. Depois, afirmou que poderia até adotar uma reação "desproporcional" a uma eventual ofensiva iraniana contra indivíduos ou bases americanas.
Entre uma ameaça e outra, o Irã anunciou que deu fim às restrições ao desenvolvimento de seu programa nuclear, o que inclui a retomada ilimitada do enriquecimento de urânio.
O urânio enriquecido pode ser usado para a fabricação de armas nucleares. O Irã é signatário do TNP (Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares), e defende que seu programa nuclear tem fins pacíficos.
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