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Espanha tem recorde de mortes em um dia e número total passa de 5 mil

19.mar.2020 - Paciente chega de ambulância a hotel que foi transformado em centro de tratamento de casos de coronavírus em Madri, na Espanha - SUSANA VERA/REUTERS
19.mar.2020 - Paciente chega de ambulância a hotel que foi transformado em centro de tratamento de casos de coronavírus em Madri, na Espanha Imagem: SUSANA VERA/REUTERS

Do UOL, em São Paulo

28/03/2020 08h19Atualizada em 28/03/2020 15h00

A Espanha registrou 832 mortos nas últimas 24 horas, o recorde de óbitos em um único dia devido ao novo coronavírus. Com o novo salto nas mortes, o país já contabiliza 5.694 mortes pela covid-19. As informações foram divulgadas no último balanço do Ministério da Saúde da Espanha.

O país tem 72.248 casos confirmados —desses, 8.189 foram registrados nas últimas 24 horas. A situação gera atenção em toda a Europa já que, depois da Itália, o país é o mais afetado pela pandemia do novo vírus.

A capital Madri registrou a maioria dos casos, seguida da Catalunha. Dos doentes, 40.630 precisaram ser hospitalizados. Quantos aos curados, eles são 12.285.

Casos pelo mundo ultrapassam 600 mil

Hoje, segundo a agência AFP, o número de casos confirmados da covid-19 pelo mundo chegou a 600 mil. Foram diagnosticados 605.010 casos e 27.982 mortes em 183 países e territórios.

O número de contágios é especialmente elevado nos Estados Unidos (104.837 casos, 1.711 mortes), Itália (86.498 casos, 9.134 mortes) e China (81.394 casos, 3.295 mortes).

Itália faz apelo à UE: "Não cometa erros trágico"

A grave situação vivida pela Itália levou o primeiro-ministro do país, Giuseppe Conte, a fazer um apelo à União Europeia. "A inércia deixaria para nossos filhos a imensa carga de uma economia devastada", afirmou o primeiro-ministro ao principal jornal econômico da Itália.

"Queremos estar à altura deste desafio? Então apresentemos um grande plano que apoie e recupere a economia europeia em sua totalidade", completou ele.

Conte explicou que, na reunião do Conselho Europeu de quinta-feira (26), "mais do que uma divergência, aconteceu um enfrentamento duro e franco" com a chanceler alemã Angela Merkel.

"Temos que evitar que a Europa cometa erros trágicos. Se a Europa não estiver à altura deste desafio sem precedentes, o edifício europeu em sua totalidade poderia perder a razão de ser", advertiu.

Os líderes da UE anunciaram na quinta um prazo de duas semanas para alcançar uma resposta comum para conter o impacto econômico do coronavírus, em uma reunião tensa por videoconferência que confirmou a divisão do bloco.

A Alemanha rejeitou a criação dos chamados 'coronabônus' e defendeu o uso do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEDE), o fundo de resgate da zona do euro. Uma posição rejeitada pela Itália porque, segundo Conte, "não é o que precisamos agora".

"O MEDE é um instrumento adotado para socorrer os estados membros que enfrentam tensões financeiras relacionadas com choques assimétricos. O coronavírus, ao contrário, está provocando um choque simétrico, que pode levar à depressão, ao mesmo tempo e de maneira inesperada, nossos sistemas econômicos e sociais", destacou.

"É uma coisa completamente diferente da crise de 2008. Estamos em um momento crítico da história europeia", concluiu Conte.

*Com informações da AFP

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