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Estudante negro morre após trote violento com ofensas racistas na Bélgica

Sanda Dia tinha 20 anos e teve falência múltipla dos órgãos após trote no qual teve que ingerir bebida alcoólica e óleo de peixe, engolir um peixe vivo e permanecer em uma superfície coberta de gelo - Facebook/Reprodução
Sanda Dia tinha 20 anos e teve falência múltipla dos órgãos após trote no qual teve que ingerir bebida alcoólica e óleo de peixe, engolir um peixe vivo e permanecer em uma superfície coberta de gelo Imagem: Facebook/Reprodução

Do UOL, em São Paulo

06/10/2020 14h53

Um estudante negro morreu após participar de uma cerimônia de introdução a uma fraternidade universitária na Bélgica conhecida como Reuzegom. Durante a iniciação, entre outras coisas, exigiu-se que ele ingerisse bebidas alcoólicas e óleo de peixe até vomitar, engolisse um peixe vivo e permanecesse em uma superfície coberta de gelo.

O incidente aconteceu em outubro de 2018, quando Sanda Dia, estudante de engenharia da Universidade Católica de Leuven (Bélgica), tinha 20 anos. No entanto, o caso só veio à tona agora, após registros da cerimônia serem investigados e tornados públicos. A causa da morte do jovem, ocorrida em dezembro daquele ano, foi falência múltipla dos órgãos.

Segundo o jornal The New York Times, Dia foi alvo de diversas ofensas racistas durante o evento. Uma foto mostra ainda que estudantes responsáveis pela iniciação usavam vestimentas semelhantes às da Ku Klux Klan, organização norte-americana que reúne movimentos de supremacistas brancos.

Mensagens de WhatsApp que foram recuperadas pelas autoridades locais durante investigação mostram que membros da fraternidade — entre eles, filhos de juízes e empresários — tentar acobertar pistas da morte do estudante.

KU Leuven - KU Leuven/Divulgação - KU Leuven/Divulgação
Fraternidade pertencia a estudantes da Universidade Católica de Leuven (foto) e reunia filhos de juízes e empresários
Imagem: KU Leuven/Divulgação

O pai de Sanda Dia, Ousmane, lamentou a impunidade dos agressores do filho. "Eles pensaram: 'ele é só um cara negro, nós somos poderosos e nada pode acontecer conosco'", desabafou ele, nascido no Senegal.

A fraternidade foi desfeita após a descoberta da morte, mas os 18 integrantes que organizaram a cerimônia são investigados.