Estudante negro morre após trote violento com ofensas racistas na Bélgica
Um estudante negro morreu após participar de uma cerimônia de introdução a uma fraternidade universitária na Bélgica conhecida como Reuzegom. Durante a iniciação, entre outras coisas, exigiu-se que ele ingerisse bebidas alcoólicas e óleo de peixe até vomitar, engolisse um peixe vivo e permanecesse em uma superfície coberta de gelo.
O incidente aconteceu em outubro de 2018, quando Sanda Dia, estudante de engenharia da Universidade Católica de Leuven (Bélgica), tinha 20 anos. No entanto, o caso só veio à tona agora, após registros da cerimônia serem investigados e tornados públicos. A causa da morte do jovem, ocorrida em dezembro daquele ano, foi falência múltipla dos órgãos.
Segundo o jornal The New York Times, Dia foi alvo de diversas ofensas racistas durante o evento. Uma foto mostra ainda que estudantes responsáveis pela iniciação usavam vestimentas semelhantes às da Ku Klux Klan, organização norte-americana que reúne movimentos de supremacistas brancos.
Mensagens de WhatsApp que foram recuperadas pelas autoridades locais durante investigação mostram que membros da fraternidade — entre eles, filhos de juízes e empresários — tentar acobertar pistas da morte do estudante.
O pai de Sanda Dia, Ousmane, lamentou a impunidade dos agressores do filho. "Eles pensaram: 'ele é só um cara negro, nós somos poderosos e nada pode acontecer conosco'", desabafou ele, nascido no Senegal.
A fraternidade foi desfeita após a descoberta da morte, mas os 18 integrantes que organizaram a cerimônia são investigados.
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