Mídia estrangeira cita silêncio de Bolsonaro após vitória de Biden nos EUA
O silêncio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que ainda não se manifestou sobre o presidente eleito dos EUA, Joe Biden, foi destaque em veículos de comunicação estrangeiros hoje. China, Rússia e México também não parabenizaram o democrata, que venceu o republicano Donald Trump na eleição americana. (Veja vídeo abaixo)
A rede americana CNN chamou Jair Bolsonaro de "Trump dos trópicos" devido ao "estilo comum de político populista".
A emissora lembrou que, assim como Trump, Bolsonaro "fez campanha e optou pela polarização, gerando polêmica ao fazer comentários misóginos, racistas e homofóbicos". O presidente brasileiro também "minimizou repetidamente a pandemia da covid-19, mesmo quando o Brasil sofreu um dos surtos mais letais do mundo", pontuou a CNN norte-americana.
Com a saída de Trump, diz a CNN, "Bolsonaro perde um aliado diplomático e se vê diante de um presidente dos EUA com um foco renovado nos direitos humanos e no meio ambiente".
Já a Associated Press, uma das principais agências dos Estados Unidos, destacou: "líderes do México e do Brasil em silêncio, enquanto o mundo parabeniza Biden".
"O presidente Jair Bolsonaro do Brasil, às vezes apelidado de 'o Trump dos Trópicos' por seu estilo populista e improvisado, manteve silêncio sobre a derrota de Trump. E o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, se recusou a parabenizar Biden neste momento, dizendo que esperaria até que as contestações legais sobre a votação fossem resolvidas", descreveu a AP.
A rede árabe Al Jazeera disse que a derrota de Trump nas eleições americanas pode servir também como "lição para Bolsonaro".
"Fiel ao estilo de confronto que ele e Trump compartilham, Bolsonaro criticou Biden durante a corrida presidencial", relatou a emissora, lembrando do episódio em que Biden disse que iria oferecer US$ 20 bilhões para ajudar no combate à devastação da Amazônia. Na ocasião, Bolsonaro entendeu como interferência na política interna brasileira.
A agência Reuters lembrou que Bolsonaro chegou a dizer que ele seria o primeiro a parabenizar a vitória de Donald Trump, o que não ocorreu.
"O presidente de direita Jair Bolsonaro se gabou de que seria o primeiro líder no mundo a parabenizar seu ídolo Donald Trump por sua reeleição, mas, agora que Biden venceu, nem um pio foi ouvido do geralmente muito falador líder populista."
Diferentemente de Bolsonaro...
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, a chanceler alemã, Angela Merkel, e outros líderes mundiais parabenizaram Joe Biden e Kamala Harris pela vitória nas eleições americanas.
"Os Estados Unidos são o nosso mais importante aliado e estou ansioso para trabalharmos juntos em nossos prioridades, de mudança climática a comércio e segurança", escreveu Boris Johnson.
O presidente francês Emmanuel Macron também parabenizou Biden pela vitória. "Os americanos escolheram seu presidente. Temos muito a fazer para superar os desafios de hoje. Vamos trabalhar juntos!".
Alexander de Croo, primeiro-ministro da Bélgica, foi outro político que manifestou apoio a Joe Biden e Kamala Harris. A chanceler alemã Angela Merkel desejou sorte e sucesso aos políticos americanos. "Estou ansiosa para trabalhar com o presidente Biden", escreveu. "A nossa amizade transatlântica é indispensável para enfrentar os grandes desafios do nosso tempo".
Outros líderes também parabenizam Biden
Além deles, o presidente da Irlanda Michael Higgins publicou mensagem para Joe Biden em sua rede social. "Transmiti meus melhores votos ao presidente eleito Joe Biden, desejando a ele e ao povo americano muita felicidade durante o mandato e parabenizando a vice-presidente eleita Kamala Harris por sua conquista histórica".
Já a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, parabenizou a vitória de Biden e Kamala Harris e destacou a aliança entre os países. "Estou ansiosa para desenvolver nossa cooperação com os EUA".
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