Sem provas, Trump fala em 8 milhões de votos irregulares: 'eleição roubada'
Sem apresentar provas, o presidente Donald Trump afirmou que as eleições americanas contabilizaram 8 milhões de votos irregulares. A declaração foi dada hoje durante marcha convocada pelo próprio Trump, que se recusa a aceitar o resultado das eleições americanas.
"Nós tivemos 8 milhões de votos de computadores, é uma desgraça", acusou Trump. "Nunca houve algo assim, não vamos deixar que silenciem nossa voz, não vamos deixar isso acontecer".
Trump voltou a repetir que não perdeu as eleições para o democrata Joe Biden. "Ganhei mais votos nesta eleição do que na primeira. Quase 75 milhões de pessoas votaram na nossa campanha", afirmou o presidente americano. "Nós não perdemos. Alguém aqui acredita que Joe conseguiu 80 milhões de votos?", provocou.
O atual mandatário dos EUA ainda afirmou que a luta para questionar o resultado eleitoral está só começando, apesar de sua candidatura já ter sofrido derrotas em todos os estados que deram a vitória a Biden. "Hoje não é o fim, é apenas o começo...nossa luta contra os grandes donos, a grande mídia, está apenas começando. Precisamos parar o roubo, e nunca mais permitir que aconteça", disse.
A marcha do presidente Trump reúne centenas de apoiadores, que começaram a se encontrar ontem em Washington. Os manifestantes dizem estar respondendo ao apelo de Trump para se concentrarem na capital do país.
O Congresso americano deve certificar hoje a vitória eleitoral de Joe Biden. A marcha de Trump é seu último movimento para tentar impedir que Biden ocupe a Casa Branca a partir de 20 de janeiro.
Trump tenta convencer a maioria do Congresso a se recusar a certificar ao menos parte dos 306 votos obtidos pelo democrata no Colégio Eleitoral, contra 232 conquistados por Trump. O presidente chegou a pressionar o seu vice, Mike Pence, a não certificar a vitória de Biden —Pence é o responsável por anunciar o vencedor das eleições, mas já declarou que não tem poder para invalidar os resultados da urna.
"Se Pence fizer o que tem que fazer ganharemos essa eleição", reforçou Trump. "Os estados que sofreram fraude querem votar novamente. Tudo que o vice-presidente tem que fazer é mandar de volta [os votos] para recontagem e vamos ganhar".
Mais uma vez, Trump pressionou Mike Pence: "Vamos ter que lutar mais forte e Pence vai ter que nos ajudar porque jurou cumprir a nossa Constituição", disse. "Eles querem roubar a eleição e é hora de fazer algo a respeito. Mike Pence, espero que você se posicione pelo bem do nosso país. Se você não o fizer, vou ficar muito decepcionado e não sou bom em ouvir histórias".
Supostos votos ilegais
Desde o início da apuração dos votos, Trump insiste em dizer que as eleições foram fraudadas. Sem apresentar provas, o presidente americano diz que o envio de cédulas pelo correio é corrupto e "destruiu" o sistema eleitoral dos Estados Unidos.
"Na Pensilvânia, cerca de 8 mil votos são de pessoas que morreram antes das eleições. Mais de 10 mil votos na Pensilvânia foram recebidos depois das eleições e contabilizados mesmo assim", declarou Trump durante a marcha que acontece em frente à Casa Branca. Ele não apresentou evidências para sua argumentação.
"Mais de 60 mil votos foram reportados como 'devolvidos' antes de serem postados, o que é logicamente impossível", continuou o presidente. "Outros 4 mil votos ninguém sabe de onde veio e continuam sem explicação. Eles apareceram do nada".
Trump voltou a citar Mike Pence como peça fundamental da sua estratégia de reverter os votos: "É o único jeito: Mike precisa acordar e mandar [os votos] de volta ou vocês vão ter um presidente ilegítimo".
Entenda a estratégia de Trump
A estratégia do republicano se desenrola em dois atos: a pressão por um lado sobre os parlamentares e, por outro, sobre o vice-presidente Mike Pence.
Embora a contagem dos votos pelo Congresso seja historicamente um rito protocolar, a lei americana permite que um deputado e um senador, em conjunto, apresentem um desafio aos votos do Colégio Eleitoral de um ou mais Estados e forcem tanto a Câmara quanto o Senado a confirmar a legitimidade dos votos.
Na semana passada, o senador republicano pelo Missouri Josh Hawley afirmou que levaria adiante a empreitada ao lado de seu colega de partido, o deputado Mo Brooks, que anunciara a intenção de questionar o resultado há mais de um mês.
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