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'Trump é perigoso para o nosso país', diz Pelosi ao assinar impeachment

13.jan.2021 - Presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi liderou a sessão que votou pelo impeachment de Trump por "incitação à insurreição"  - Reuters
13.jan.2021 - Presidente da Câmara, a democrata Nancy Pelosi liderou a sessão que votou pelo impeachment de Trump por "incitação à insurreição" Imagem: Reuters

Do UOL, em São Paulo

13/01/2021 20h39

A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, afirmou hoje que o presidente Donald Trump é um perigo para o país. Hoje, o impeachment de Trump foi aprovado pela Câmara por "incitação à insurreição" e agora o artigo segue para aprovação no Senado.

"De forma bipartidária, a Câmara demonstrou que ninguém está acima da lei, nem mesmo o presidente dos Estados Unidos", disse ela ao assinar o impeachment. "Donald Trump é um perigo claro e presente em nosso país. Que mais uma vez honremos nosso juramento de posse para defender a Constituição dos EUA. Com tristeza e com o coração partido, assinarei a consagração do artigo de impeachment".

Todos os 222 deputados democratas votaram a favor do afastamento de Trump. Entre os republicanos, que no ano passado votaram contra a retirada de Trump do poder, dez dos 211 parlamentares votaram pelo impeachment. O placar final ficou em 232 a 197, com quatro abstenções republicanas.

Com o impeachment aprovado na Câmara, Trump se torna o primeiro presidente na história a ser impedido duas vezes em um mesmo mandato.

O presidente é acusado pelos congressistas de "incitação à insurreição" após a invasão ao Capitólio no último dia 6, que deixou cinco mortos. O presidente incentivou que seus apoiadores marchassem a Washington na intenção de impedir a cerimônia que ocorria na data, de oficialização de Joe Biden como novo presidente do país.

Se o afastamento for aprovado também no Senado — mesmo após o término do mandato de Trump —, há a possibilidade de o republicano perder seus direitos políticos. No artigo de impeachment, é citada a 14ª emenda constitucional que proíbe qualquer pessoa que tenha "se envolvido em uma insurreição ou rebelião" contra os EUA de exercer "qualquer cargo".

Trump pode se tornar o primeiro presidente dos Estados Unidos a ser impedido do cargo. Antes dele, Andrew Johnson em 1868 e Bill Clinton em 1998 sofreram impeachment no Congresso, mas ambos foram absolvidos no Senado.

Primeiro impeachment

Novamente Trump faz história ao ser impedido duas vezes na Câmara. Em dezembro de 2019, a Câmara também votou pelo impeachment do presidente por "abuso de poder" e "obstrução do Congresso".

As acusações à época giravam em torno da tentativa de Trump de persuadir o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, a interferir nas eleições de 2020 desenterrando sujeiras do filho de Joe Biden, Hunter Biden. O telefonema entre os dois líderes se tornou público.

No entanto, Trump foi absolvido em fevereiro após um julgamento no Senado. Mitt Romney foi o único republicano a votar a favor da manutenção do impeachment na Casa que, até então, tinha maioria republicana.

Agora, a situação pode mudar. Ainda não se sabe quando Nancy Pelosi vai enviar o impeachment para o Senado. Da última vez, ela esperou quase um mês na esperança de ter uma votação favorável. A depender do prazo, ela poderá apostar na virada democrata que acontecerá na Casa.

Os democratas conquistaram a maioria no Senado depois da eleição de Jon Ossoff e Raphael Warnock nos assentos da Geórgia —antigo reduto republicano. Com os dois, os partidos agora estão empatados em 50-50. Mas como a vice-presidente Kamala Harris tem o voto de minerva, a balança pede para os democratas.