Com medo do Taleban, refugiado pede ajuda para trazer família ao Brasil
Refugiado no Brasil desde 2014, o comerciante afegão Jabir Kahn Moslemyar, 38, pediu ajuda ao país para trazer seus familiares do Afeganistão, que estão com medo de saírem de casa após o Teleban retomar o poder após 20 anos de ocupação americana.
"Vou pedir um favor para o pessoal do Brasil, que eles me ajudam muito. Se conseguir trazer minha família aqui vai ser muito melhor, vou pedir por favor para a federal do Brasil para nos ajudar a trazer eles [sic]", disse Moslemyar em entrevista ao canal GloboNews.
O comerciante, que trabalha na tradicional Feira da Madrugada, no centro de São Paulo, pediu que, se não for possível trazer sua família, o governo brasileiro o ajude concedendo-lhe um passaporte nacional para que possa ir até lá reencontrar seus parentes.
"Se for difícil trazer eles, é só me arrumar um passaporte do Brasil para eu poder visitar eles, porque eu consigo entrar no Paquistão para ver eles [sic]", afirmou. A família de Moslemyar vive em Jalalabad, próximo da fronteira com o Paquistão. "É muito difícil ficar longe da família, ainda mais com esse choque. Dá muita tristeza."
O comerciante afirmou que conversou pela última vez com a mãe no Afeganistão há dois dias, logo após o Taleban tomar o poder. Segundo ele, toda a família está com medo de sair de casa.
"Todos têm medo, não sabem o que vai acontecer amanhã. Não sabemos se vais ser bom ou ruim. Taleban fala que mudou, mas sabemos como era", declarou.
Moslemyar disse temer mais pelas mulheres de sua família, caso da mãe, da irmã e das sobrinhas. Durante o regime do Taleban no Afeganistão (de 1996 a 2001), as mulheres eram proibidas de sair de casa sem a companhia de um homem e sem usar burca —veste que cobre todo o corpo. Também eram proibidas de trabalhar, e a educação restrita a meninas com mais de 10 anos.
Após tomar o poder, o Taleban afirmou que as mulheres poderão trabalhar e estudar "dentro de conforme a "sharia", a lei islâmica, sem dar detalhes sobre o que isso significaria na prática.
suas estruturas","Antes nem deixavam elas estudarem para nada. Agora, estão falando que vão deixar, mas a gente não sabe o que vai acontecer. Minha irmã, minha mãe, minhas sobrinhas, todas querem estudar, mas estão com medo. Eles falam que vão deixar, mas ninguém sabe se vão para escola e vão voltar", afirmou o refugiado afegão.
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