250 funcionários e alunas de escola para garotas fogem do Afeganistão
Shabana Basij-Rasikh, fundadora e presidente da única escola tipo internato exclusiva para meninas no Afeganistão, disse no Twitter que conseguiu fugir do país com aproximadamente 250 funcionários, alunas e familiares delas. A movimentação foi feita após o Talibã tomar o poder.
O grupo de Shabana viaja rumo a Ruanda pelo Catar. Quando todos chegarem, a intenção é fazer uma espécie de semestre internacional de estudos. Ela destacou que o reestabelecimento da escola é temporário.
"Quando as circunstâncias permitirem, esperamos voltar para casa no Afeganistão. Por agora, peço privacidade para nossa comunidade", falou no Twitter. Shabana agradeceu aos governos do Catar, Ruanda e Estados Unidos pelo apoio na fuga do país tomado pelos talibãs.
Na rede social, a fundadora da escola disse que está muito triste com a situação no Afeganistão. "Vi o medo, a raiva e a coragem do povo afegão. Olho para minhas alunas e vejo o rosto de milhões de garotas afegãs, iguais a elas, que ficaram para trás", lamentou.
Se posso pedir uma coisa do mundo, é isto: não tirem os olhos do Afeganistão. Não deixem sua atenção se dispersar pelas semanas que vão correr. Vejam essas garotas e, nisso, você vai responsabilizar aqueles que mantêm poder sobre elas.
ShabanaBasij-Rasikh
Shabana disse que seu compromisso é com as mulheres e garotas do país e da sua escola. Dias antes, ela contou na rede social como foi frequentar o colégio no começo dos anos 2000, quando o Talibã surgiu pela primeira vez no Afeganistão.
Ela contou que tinha medo de ser morta pelo grupo extremista por ir à escola, mas o pai dela a incentivou. "Pode perder tudo na vida, menos o que está aqui e ele apontava para a cabeça. Sua educação é o maior investimento de sua vida", lembrou Shabana.
Com a tomada da capital Cabul, o medo de repressão por parte do Talibã tem assustado os civis e a comunidade internacional. O grupo prometeu que preservará os direitos das mulheres, mas um dia após o Talibã subir ao poder mais mulheres usavam burcas e começaram relatos de que elas estavam sendo proibidas de saírem de casa desacompanhadas de um homem.
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