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EUA: Forças Armadas mataram 10 pessoas em Cabul em erro trágico

20.ago.2021 - Fuzileiros navais dos EUA e civis durante uma evacuação no Aeroporto Internacional Hamid Karzai, em Cabul, Afeganistão - AFP/Nicholas Guevara/US Marine Corps
20.ago.2021 - Fuzileiros navais dos EUA e civis durante uma evacuação no Aeroporto Internacional Hamid Karzai, em Cabul, Afeganistão Imagem: AFP/Nicholas Guevara/US Marine Corps

Colaboração para o UOL

17/09/2021 16h37

O general Frank McKenzie, das Forças Armadas dos Estados Unidos, admitiu que cometeu um "erro trágico" com uma operação que matou 10 civis em Cabul, no Afeganistão, no fim de agosto.

"O golpe foi dado na honesta crença de que preveniria uma ameaça iminente às nossas forças e às pessoas que tentavam evacuar no aeroporto, mas foi um erro e ofereço minhas desculpas sinceras", falou hoje no Pentágono. A operação ocorreu após um atentado de grupo filiado ao Estado Islâmico no Aeroporto de Cabul, quando o Talibã já tinha tomado o poder na capital afegã.

Ele ainda disse ser "totalmente responsável por esse ataque e pelo resultado trágico". O golpe dado por um drone norte-americano derrubou um carro que, provavelmente, não era vinculado a grupos terroristas. Assim, a operação matou o motorista e outros 10 civis.

Anteriormente, o governo norte-americano chamou o ataque de "certeiro". No entanto, o relatório de hoje confirmou que todos os mortos em 29 de agosto eram civis. Os 10 eram da mesma família e seis eram crianças.

Na operação, os Estados Unidos acreditavam estar acertando um carro-bomba operado pelo Estado Islâmico. Antes de apertar o gatilho, o drone sobrevoou a área por cerca de cinco minutos.

Três dias antes, duas explosões nos arredores do Aeroporto de Cabul deixaram ao menos 72 mortos e outros 140 feridos. O Pentágono confirmou que perdeu 12 militares nesse dia e 15 ficaram machucados.

O grupo EI-K (Estado Islâmico-Khorasan) assumiu a autoria do ataque. Horas depois, o presidente norte-americano Joe Biden disse que os Estados Unidos "não esquecerão nem perdoarão" os terroristas.

"Para aqueles que realizaram este ataque, assim como para qualquer um que deseje mal à América, saibam: Não perdoaremos. Nós não esqueceremos. Vamos caçá-lo e fazê-los pagar. Defenderei nossos interesses com todas as medidas que estiverem ao meu alcance", falou.

Um dia depois do ataque feito por drones norte-americanos, o EI-K tomou autoria por outro atentado no Aeroporto de Cabul, dessa vez com foguetes.