Topo

Esse conteúdo é antigo

EUA querem sancionar elite russa aliada de Putin se país invadir a Ucrânia

10.jan.2022 - O presidente russo, Vladimir Putin, participa de uma reunião de vídeo - Alexey Nikolsky/Sputnik/AFP
10.jan.2022 - O presidente russo, Vladimir Putin, participa de uma reunião de vídeo Imagem: Alexey Nikolsky/Sputnik/AFP

Do UOL, em São Paulo

31/01/2022 10h17Atualizada em 31/01/2022 10h40

Os Estados Unidos estão fazendo uma lista de elites russas próximas do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que serão punidas com sanções econômicas caso o país decida invadir a Ucrânia. As informações foram dadas à agência de notícias Reuters por um funcionário do alto escalão do governo norte-americano.

"Os indivíduos que identificamos estão dentro ou perto dos círculos internos do Kremlin e desempenham um papel na tomada de decisões do governo ou são no mínimo cúmplices do comportamento desestabilizador do Kremlin", afirmou o funcionário sob a condição de anonimato.

Em conjunto com aliados, os EUA estão desenvolvendo pacotes de sanções específicos para as elites e os seus familiares que se encaixam nos critérios de punição previstos pelo país.

Segundo a Reuters, as sanções às elites que deverão ser feitas pelos Estados Unidos são apenas uma das iniciativas do país para punir Putin em caso da invasão da Ucrânia. Os russos já deixaram milhares de soldados na fronteira com a Ucrânia, mas seguem negando que pretendem invadir o território vizinho.

Os EUA já preveem sancionar também instituições financeiras russas e aplicar medidas de controle de exportação, de modo a complicar o acesso às tecnologias industriais e itens de consumos para o país liderado por Putin.

Questionado pela agência de notícias, o funcionário não disse nenhum nome de russos que estariam entre os alvos das sanções que deverão ser impostas pelos EUA, mas explicou que alguns nomes estão citados em um documento enviado ao Congresso norte-americano no ano de 2018.

"Não podemos divulgar o conteúdo desta lista ou dizer nomes específicos devido aos riscos deles fugirem, mas são alvos amplos e redes familiares envolvidas em esconder seus ativos."

De acordo com o funcionário, muitos dos possíveis alvos de sanções dos EUA têm relações econômicas profundas com o Ocidente e poderiam ser amplamente prejudicados pelas medidas.

"Os comparsas de Putin não poderão mais usar seus cônjuges ou outros membros da família como procuradores para evitar sanções. As sanções os afastariam do sistema financeiro internacional e garantiriam que eles e seus familiares não pudessem mais desfrutar das vantagens de deixar o seu dinheiro no Ocidente e frequentar universidades ocidentais de elite", finalizou o funcionário.

Moscou acusa Reino Unido de planejar 'ataque' a empresas russas

A Rússia acusou as autoridades britânicas, nesta segunda-feira (31), de prepararem um "ataque" às empresas russas por sua intenção de impor sanções, em meio à crise da Ucrânia.

"Neste caso, trata-se de um ataque aberto às empresas russas", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a jornalistas, prometendo adotar "represálias", se necessário.

A ministra britânica das Relações Exteriores, Liz Truss, que deve visitar a Ucrânia e depois Moscou, anunciou ontem que o Reino Unido poderá endurecer as sanções contra a Rússia "para que qualquer negócio de interesse do Kremlin e do regime russo possa ser objeto delas".

"Os oligarcas de Putin e as empresas russas envolvidas no apoio ao Estado russo não terão onde se esconder", disse a ministra à Sky News.

Peskov considerou a declaração "muito preocupante" e acusou as autoridades britânicas de "aumentarem as tensões no continente europeu".

Durante anos, as autoridades britânicas foram acusadas de fecharem os olhos para a origem de parte do dinheiro russo que chega a Londres, às vezes chamada de "Londongrad". Suspeita-se de que este montante seria procedente de corrupção, ou de atividades criminosas.

*Com informações da AFP