Biden foca no eleitor e tenta recuperar imagem dos EUA, dizem especialistas
A operação do governo dos Estados Unidos que resultou na morte do líder do Estado Islâmico Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi e outras 13 pessoas, na Síria, é uma "reverberação" da retirada de tropas do Afeganistão, na opinião de especialistas ouvidos pelo UOL.
Lucas Leite, professor de Relações Internacionais na FAAP, aponta que, ao anunciar o resultado, Biden faz um "discurso interno focado no eleitorado". "É como uma vitória, tentando mostrar algo que foi feito pelo seu governo", diz.
Leite destaca que Biden, que assumiu em 2021, passa por um ano de governo "muito ruim, muito complicado" —o presidente norte-americano tem perdido o apoio popular nos últimos meses.
Um dos pontos que contribuiu para a queda da popularidade foi a saída do exército americano do Afeganistão, concluída em agosto do ano passado. Logo depois, o Taleban tomou conta do país. As imagens de afegãos tentando escapar no aeroporto e outras violências por parte do grupo terrorista repercutiram internacionalmente. As críticas apareceram e se multiplicaram dentro e fora dos EUA.
"Enquanto há uma venda de atuação externa [sobre a operação da Síria] para grupos internos, mostra-se a ideia de que o governo é ativo, que o governo Biden se preocupa, e, portanto, ele não é fraco", avalia Leite.
Para professora de Relações Internacionais na Universidade São Judas Tadeu, Clarissa Nascimento Forner, Biden usou mesma estratégia de Obama ao anunciar a morte de Osama Bin Laden em 2011 —considerado, então, o maior inimigo dos EUA.
"Até a linguagem para fazer o anúncio remonta, em certo sentido, às mesmas estruturas de frases de quando o Obama anunciou a morte do Bin Laden."
Apresentar o caso da Síria como um possível sucesso é uma forma de rebater a imagem ruim, de fracasso, que ficou associada ao contexto do Afeganistão."
Clarissa Nascimento Forner, professora doutora de Relações Internacionais
O presidente norte-americano anunciou inclusive nas redes sociais o que chamou de sucesso de uma operação contra o terrorismo. Os EUA ofereciam até US$ 10 milhões (R$ 52 milhões) como recompensa para quem tivesse informações que levassem à captura.
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