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Magnotta: Europa 'assopra' e EUA 'mordem' por conflito Rússia x Ucrânia

Colaboração para o UOL, no Rio

07/02/2022 09h24Atualizada em 07/02/2022 09h57

A especialista em política dos Estados Unidos e colunista do UOL Fernanda Magnotta disse, no UOL News desta manhã, que um conflito entre a Rússia e a Ucrânia é iminente. Para ela, enquanto a Europa tenta evitar uma possível guerra entre os dois países, os EUA parecem incentivar uma investida armada dos russos na região.

"Sempre parece que, dentro da lógica da negociação, temos os europeus fazendo um pouco o lado do assopra, e os americanos fazendo um pouco o lado do morde; os americanos mais agressivos e os europeus tentando por uma via negociada", disse Fernanda à apresentadora do Canal UOL Fabíola Cidral.

Ontem, o assessor de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse que a Rússia pode invadir a Ucrânia dentro de dias ou semanas, mas ainda pode optar por um caminho diplomático para a questão.

A Rússia mantém mais de 100 mil soldados na fronteira com o país vizinho. Já os Estados Unidos começaram a enviar no sábado, 5, tropas para a Polônia para reforçar o contingente da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no leste europeu.

Enquanto isso, a Europa tem mediado debates sobre a tensão na região para evitar o conflito. Ainda hoje, o presidente francês, Emmanuel Macron, vai se encontrar com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou, para tratar da questão.

Os europeus estão mais próximos da Rússia, são muito dependentes do próprio gás que vem da Rússia para abastecer energeticamente o continente; vão ficar vulneráveis em relação ao preço do petróleo, que, caso o conflito aconteça, também vai sofrer alterações
Fernanda Magnotta

Para a colunista, apesar de um conflito de fato entre Rússia e Ucrânia ainda não ter acontecido, o mundo acompanha pouco a pouco uma "escalada ascendente" nessa direção. Ela estima que já existam 170 mil soldados russos na fronteira entre os dois países.

"Há uma articulação militar, uma mobilização de capacidades na fronteira, e percebemos que a própria dinâmica da negociação diplomática vai se acelerando, o que significa que provavelmente há sim possibilidade de conflito real", disse Magnotta.