Bolsonaro posta vídeo conversando com brasileiros refugiados da Ucrânia
O presidente Jair Bolsonaro (PL) postou um vídeo nas redes sociais no qual aparece conversando com brasileiros que fugiram da Ucrânia após a invasão russa, e foram resgatados em um voo da FAB (Força Aérea Brasileira). O avião deixou hoje a Polônia, país vizinho, rumo ao Brasil.
"A gente lamenta o ocorrido, torce pela paz. Isso que está acontecendo aí atrapalha o mundo todo", diz, em um trecho da conversa
O presidente também prometeu uma recepção para os expatriados em Brasília e disse que estará lá para recebê-los e "dar um abraço".
A aeronave KC-390 Millennium decolou às 15h14 de segunda-feira (7) da Base Aérea Brasileira, em Brasília, e fez 3 escalas técnicas: uma em Recife, outra na Ilha do Sal (Cabo Verde) e a última em Lisboa. O avião, que pousou hoje mais cedo em Varsóvia, capital polonesa, deve chegar ao Brasil amanhã.
Além de repatriar 40 brasileiros que moram na Ucrânia, o governo vai resgatar 23 ucranianos e um polonês, que já conseguiram visto humanitário para desembarcar em solo brasileiro. Também serão trazidos seis cachorros, pertencentes às famílias — os donos foram dispensados pelo governo brasileiro de apresentarem o Certificado Veterinário Internacional.
O KC-390 é o maior avião militar desenvolvido e fabricado no hemisfério sul e um dos projetos estratégicos da Defesa. A aeronave já foi empregada em outras missões especiais de ajuda humanitária, como no Líbano (2020) e no Haiti (2021).
Críticas
A missão do governo federal para repatriação de brasileiros que fugiram da guerra da Ucrânia acontece depois de muita pressão por um plano de resgate. Muitos decidiram não esperar a ajuda oficial e conseguiram retornar ao Brasil depois de muitos percalços.
O governo brasileiro também tem sido alvo de críticas por não ter calculado ou alertado os brasileiros que residiam na Ucrânia sobre a possibilidade de guerra. No dia 14 de fevereiro, o embaixador do Brasil na Ucrânia, Norton Rapesta, afirmou em entrevista ao UOL News, que a situação era de "plena normalidade" no país e que não acreditava que haveria uma guerra. A invasão russa aconteceu dez dias depois.
Na segunda-feira, o coordenador da força-tarefa de resgate na guerra da Ucrânia negou que tenha havido demora do Itamaraty para agir. "Nós agimos imediatamente, assim que o conflito eclodiu a força-tarefa foi criada e veio imediatamente para cá, e as nossas embaixadas já estavam atuando. Não houve demora", declarou Sousa à Globonews.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) defende uma postura de neutralidade desde o início do conflito, que chegou hoje ao 14º dia. Pouco antes da invasão da Ucrânia, Bolsonaro esteve em Moscou com o presidente russo, Vladimir Putin, para discutir principalmente o fluxo comercial de fertilizantes, segundo o governo. O Brasil importa parte significativa desses insumos da Rússia.
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