Avião da FAB com brasileiros resgatados da Ucrânia chega a Brasília
O avião da FAB (Força Aérea Brasileira) com 42 brasileiros resgatados da guerra na Ucrânia e que estavam na Polônia chegou a Brasília no início da tarde de hoje, após uma escala em Recife. Também estavam na aeronave 20 ucranianos com parentes brasileiros, cinco argentinos e um colombiano, além de 14 crianças, oito cachorros e dois gatos.
As aeronaves KC-390 Millennium e Legacy chegaram à Base Aérea da capital por volta das 12h30 (horário de Brasília). O chanceler Carlos França acompanhou a viagem dos repatriados. Vários ministros do primeiro escalão estavam no local esperando o pouso, como os titulares da Defesa, Braga Netto, da Saúde, Marcelo Queiroga, e do Trabalho, Onyx Lorenzoni.
Logo após a chegada das aeronaves, o presidente Jair Bolsonaro (PL) se encaminhou ao KC-390 para recepcionar os passageiros. Não houve discursos.
O primeiro a sair foi um homem acompanhado de três crianças, uma delas de colo. Várias crianças que desembarcaram carregavam brinquedos e bichos de pelúcia. Algumas ainda brincaram.
A primeira-dama foi recepcionar os passageiros que chegaram a bordo do jato. Além de cumprimentar as famílias, Michelle pegou no colo cachorros que vieram nos voos.
O evento contou com a presença de diversos políticos aliados a Bolsonaro, como o ex-senador Magno Malta e a deputada federal Bia Kicis (União Brasil-DF). Eles fotografaram a chegada, os aviões e as pessoas que desembarcaram.
Também estiveram presentes a ativista pelos direitos dos animais Luísa Mell e o deputado federal Fred Costa (Patriota-MG), que tem a causa como uma de suas principais bandeiras na Câmara.
Luísa Mell exaltou os repatriados que chegaram ao Brasil com seus gatos e cachorros chamando-os de "exemplos" por não terem abandonado seus pets na Ucrânia ou em outro país da Europa.
"Acho que esse pessoal aí que veio da Ucrânia deu um exemplo aqui para o pessoal que, na primeira dificuldade, abandona os animais", afirmou Luísa Mell ao UOL. "A gente vê que quando a pessoa gosta mesmo...tá fugindo de uma guerra, mas não deixa para trás. Isso sim é exemplo de amor e é assim que a gente deve tratar nossos peludos."
"Tivemos um final feliz e justo, porque todo mundo que tem um peludo sabe que ele é nosso filho. Imagina deixar ele para trás, ainda mais numa guerra. Uma coisa impensável", declarou.
Segundo Luísa, todos os animais chegaram bem e saudáveis da viagem.
Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), caso alguém teste positivo para a covid 19, "será encaminhado diretamente para um hotel onde cumprirá a quarentena".
"Com o apoio das companhias aéreas brasileiras, vamos levar cada passageiro de volta para casa, até o seu destino final", postou Nogueira.
No voo de ida foram transportadas 11,6 toneladas de doação para a Ucrânia, que incluíram cerca de 9 toneladas de alimentos desidratados de alto teor nutritivo, o equivalente a cerca de 360 mil refeições; 50 purificadores de água, com capacidade por volta de 300 mil litros de água por dia; meia tonelada de insumos essenciais e itens médicos.
Segundo o Ministério da Saúde, entre os materiais enviados, estavam medicamentos para assistência farmacêutica básica para pessoas com doenças como hipertensão e diabetes, antibióticos, antitérmicos, antialérgicos, sais de reidratação e insumos para situações de emergência, máscaras de proteção e testes para detecção da covid-19. No total, são cerca de 20 mil itens médicos para assistência às vítimas da guerra.
O KC-390 é o maior avião militar desenvolvido e fabricado no hemisfério sul e um dos projetos estratégicos da Defesa. A aeronave já foi empregada em outras missões especiais de ajuda humanitária, como no Líbano (2020) e no Haiti (2021).
Postura do Itamaraty é criticada
A missão do governo federal para repatriação de brasileiros que fugiram da guerra da Ucrânia acontece depois de muita pressão por um plano de resgate. Muitos decidiram não esperar a ajuda oficial e conseguiram retornar ao Brasil após muitos percalços.
O governo brasileiro também tem sido alvo de críticas por não ter calculado ou alertado os brasileiros que residiam na Ucrânia sobre a possibilidade de guerra. No dia 14 de fevereiro, o embaixador do Brasil na Ucrânia, Norton Rapesta, afirmou em entrevista ao UOL News, que a situação era de "plena normalidade" no país e que não acreditava que haveria uma guerra. A invasão russa aconteceu dez dias depois.
O coordenador da força-tarefa de resgate na guerra da Ucrânia negou que tenha havido demora do Itamaraty para agir. "Nós agimos imediatamente, assim que o conflito eclodiu a força-tarefa foi criada e veio imediatamente para cá, e as nossas embaixadas já estavam atuando. Não houve demora", declarou Sousa à GloboNews.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) defende uma postura de neutralidade desde o início do conflito. Pouco antes da invasão da Ucrânia, Bolsonaro esteve em Moscou com o presidente russo, Vladimir Putin, para discutir principalmente o fluxo comercial de fertilizantes, segundo o governo. O Brasil importa parte significativa desses insumos da Rússia.
*Com informações da AFP e Reuters
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