ONU: Brasil diz que acusações sobre armas biológicas devem ser 'embasadas'
O embaixador João Genésio de Almeida Filho, representante permanente do Brasil na ONU (Organização das Nações Unidas), disse, durante reunião do Conselho de Segurança hoje, que acusações sobre uso de armas biológicas devem ser "embasadas". A Rússia acusa o governo dos EUA de ter financiado um programa de armas biológicas na Ucrânia e disse ter encontrado evidências a esse respeito em laboratórios ucranianos.
"Essas evidências devem ser apresentadas e confirmadas por autoridades independentes e imparciais, de acordo com o artigo 4 do acordo da convenção de armas biológicas. Esse mecanismo não parece ser forte o suficiente neste momento", disse João Genésio.
O uso de armas químicas é o tema principal da reunião do Conselho de Segurança da ONU hoje, feita a pedido de Moscou. A Rússia já havia acusado os Estados Unidos em 2018 de realizar secretamente experimentos químicos em um laboratório na Geórgia, outra ex-república soviética que, como a Ucrânia, quer ingressar na Otan e na União Europeia.
Durante a fala, o embaixador brasileiro ponderou, no entanto, que pesquisas sobre biossegurança devem ser separadas de ameaças com uso de armas biológicas ou químicas. "Novos patógenos devem ser analisados com mecanismos transparentes".
"O Brasil condena fortemente o uso e ameaça de uso de armas de destruição em massa, incluindo biológicas e químicas por quem quer que seja em qualquer situação", acrescentou o representante do Brasil.
OMS pede que Ucrânia destrua amostras de doenças
A OMS (Organização Mundial da Saúde) "recomendou fortemente" que a Ucrânia destrua suas amostras de doenças mantidas em laboratórios de saúde pública para evitar o que chamou de "potenciais derramamentos".
De acordo com a emissora Sky News, um funcionário da entidade disse à Reuters que a recomendação feita ao Ministério da Saúde ucraniano fala em destruir "patógenos de alta ameaça" para fins de segurança, mas não esclarece se há relação com a invasão da Rússia.
Estados Unidos e Ucrânia negaram a existência de laboratórios para produzir armas biológicas neste país, que enfrenta uma ofensiva de dezenas de milhares de soldados russos desde 24 de fevereiro.
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