Zelensky está pronto para conversa com Putin 'a qualquer momento', diz vice

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, está pronto para conversar diretamente com o presidente russo, Vladimir Putin, "a qualquer momento", afirmou seu vice, Igor Zhovkva, em entrevista à emissora CNN. Apesar da sinalização, ele afirmou que a Ucrânia "não fará nenhum compromisso com a posição russa durante essas negociações".

A declaração ocorre um dia após uma reunião entre os ministros das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e da Ucrânia, Dmytro Kuleba, na Turquia terminar sem um acordo de cessar-fogo. Também não houve consenso sobre a criação de um corredor humanitário em Mariupol, cidade ucraniana onde a situação está mais crítica. Anteontem, uma maternidade foi bombardeada no município, deixando três mortos e 17 feridos.

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"É uma coisa muito boa que eles se encontraram, mas infelizmente podemos dizer que o ministro das Relações Exteriores da Rússia não é quem toma a decisão final. A decisão final de parar a guerra, de fazer um cessar-fogo, de retirar as tropas é tomada por uma única pessoa", disse ele, aparentemente se referindo a Putin.

Segundo Zhovkva, a Ucrânia não estava otimista com o encontro de ontem entre os chanceleres, embora o presidente Zelensky tivesse deixado claro que estava disposto a negociar. Até agora, ele afirmou que a Ucrânia não teve notícias do presidente russo pessoalmente ou de seus assessores. "A última coisa que ouvi deles foi que ainda temos que trabalhar sob o formato de duas delegações", disse.

O vice voltou a dar uma sinalização que já havia sido feita por Zelensky nos últimos dias e disse que a Ucrânia está aberta à neutralidade "se o bloco da Otan não estiver pronto, por enquanto, para aceitar a Ucrânia". "Mas, ao mesmo tempo, precisamos de garantias de segurança rígidas para a Ucrânia para que essas guerras terríveis, essa agressão terrível não se repita no futuro", acrescentou.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou ontem Putin está disposto a se reunir com Zelensky, mas que as negociações em Belarus são o único formato viável e uma eventual cúpula aconteceria apenas se houvesse um valor a ser agregado e servisse para chegar a uma solução sobre o conflito e a "acordos concretos".