Recém-casados dizem que lutarão contra russos até 'a última gota de sangue'
A jovem ucraniana Yaryna Arieva, 21, e o seu marido, Sviatoslav Fursin, de 24, afirmaram hoje que irão lutar contra a invasão russa até "a última gota de sangue". Os dois se casaram em meio à invasão das tropas do governo de Vladimir Putin à Ucrânia e se juntaram imediatamente ao exército local.
Ainda lutaremos até a última gota de sangue, mas se a Ucrânia cair, alguém será o próximo. A Rússia nunca para. Eles não têm nada... Eles não têm nada para alimentar seu povo, mas, ainda assim, eles tentarão tomar outros países e trazer seu mundo russo —e o mundo russo parece completa [destruição] e medo. Yaryna Arieva, em entrevista à FOX News
O casal mora em Kiev, capital da Ucrânia, local onde o Ministério da Defesa da Rússia anunciou mais cedo uma redução drástica de ataques.
Na entrevista, Yaryna explicou que as forças russas recuaram cerca de 40 km do centro da cidade e que os moradores que estão se abrigando no subsolo, há semanas estão finalmente voltando para o térreo - mesmo que apenas por um breve período de tempo antes que os soldados russos avancem novamente.
"A cidade está acordando. ... Algumas lojas estão abrindo. Até alguns cafés. Um pouco deles, mas ainda assim. ... Estive na Defesa Territorial por um mês, e o único café que tomei foi esse café que você tira de um pacote. E quando eu tive a chance de beber um cappuccino normal, foi o melhor sabor que eu poderia imaginar depois dessa vez. Foi, tipo, três dias atrás, mas eu ainda me lembro", disse ela.
"Nós realmente não sabemos quanto tempo levará para vencer a guerra, porque, como a situação no primeiro dia - foi muito difícil lutar. Agora, tudo [está] mais calmo, especialmente perto de Kiev. Mas ainda assim, essa calma significa que levará muito mais tempo de ambos os lados", concluiu.
Rússia x Ucrânia: 34 dias de guerra
A guerra entre Rússia e Ucrânia chegou hoje ao 34º dia, com russos e ucranianos dando um primeiro sinal que pode levar ao fim do conflito após as delegações dos dois países se reunirem em Istambul, na Turquia.
O vice-ministro da Defesa russo, Alexander Fomin, disse que "foi tomada a decisão de reduzir radicalmente a atividade militar nas direções de Kiev e Chernihiv".
A Ucrânia, por sua vez, propôs adotar posição de neutralidade em troca de garantias de segurança, o que significa que não se juntará a alianças militares, como a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), ou hospedará bases militares, disseram negociadores ucranianos.
Confira o que se sabe até agora sobre a situação envolvendo Rússia e Ucrânia:
- As negociações entre a delegação russa e os enviados ucranianos em Istambul começaram hoje pouco depois das 10h30 (4h30 de Brasília). O oligarca russo Roman Abramovich desempenhou um papel de mediador nas negociações, informou o Kremlin. A televisão ucraniana informou que não houve nenhum aperto de mão.
- Estados Unidos categorizou qualquer movimentação de tropas russas como "realocação", expressando um tom de ceticismo em relação à suposta "retirada" pós-reuniões diplomáticas.
- O Ministério das Relações Exteriores da Rússia anunciou que expulsou diplomatas da Letônia, Lituânia e Estônia em resposta à medida adotada no dia 18 de março pelos governos dos Países Bálticos.
- A Rússia anunciou o adiamento da obrigação de prestar serviço militar para jovens que trabalham no setor de alta tecnologia, uma medida para evitar a fuga de cérebros causada pela ofensiva na Ucrânia.
- O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica está na Ucrânia para dar "assistência técnica" ao governo para garantir a segurança das instalações nucleares, um mês depois da entrada de soldados russos em várias usinas, incluindo Chernobyl.
- A Ucrânia anunciou a retomada das retiradas de civis por três corredores humanitários, inclusive a partir da cidade cercada de Mariupol, após um dia de suspensão pelo temor das "provocações" russas.
- Em conversa com Macron, Putin declarou que a forma de solucionar o sítio de Mauripol seria um desarmamento das forças "nacionalistas" ucranianas na cidade.
- As tropas ucranianas "libertaram" a cidade de Irpin, um importante ponto de acesso a Kiev, disse o ministro do Interior, Denys Monastyrsky.
- Uma jornalista ucraniana, alegadamente, foi capturada por tropas militares russas, e levada para a área separatista da Ucrânia, Donetsk.
- Durante uma entrevista do prefeito de Chernihiv, Vladyslav Atroshenko, diretamente com a CNN, uma nova explosão pôde ser ouvida, com o político afirmando que o ataque foi "contra civis".
- Autoridades russas confiscaram relógios de luxo da fabricante suíça Audemars Piguet, dias após o país abandonar sua tradicional neutralidade para se juntar às nações ocidentais na imposição de sanções contra a Rússia.
- O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que os ataques contra a cidade de Mariupol são um "crime contra a humanidade". Ele acusou tropas russas de bombardear, deliberadamente, os abrigos civis.
- A Rússia negou hoje as acusações de que Roman Abramovich tenha sido envenenado, dizendo que fazem parte de uma "guerra de informação".
- O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, disse, hoje, que, "em geral, as principais tarefas da primeira etapa da operação foram concluídas", em referência à invasão russa ao território ucraniano.
- Dmitry Peskov, porta-voz do presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse ontem, em entrevista à rede de TV americana PBS, que a Rússia só usará armas nucleares se houver "ameaça à sua existência".
- Ao menos sete pessoas morreram e 22 ficaram feridas hoje em um ataque russo que destruiu parcialmente a se de do governo regional de Mykolaiv, cidade ucraniana próxima de Odessa.
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