Vivemos a 'farra das armas' nos EUA? Quais países têm mais civis armados?
Após mais um ataque a tiros nos Estados Unidos, desta vez com 19 crianças e dois adultos mortos em uma escola no Texas, o presidente Joe Biden voltou a criticar a proliferação de armas no país e os congressistas republicanos contrários à exigência de antecedentes criminais e psiquiátricos para aquisição de armas.
"Quando, pelo amor de Deus, iremos enfrentar o lobby das armas? Temos que deixar claro para todos os congressistas deste país: é hora de agir", declarou.
Por que armas preocupam nos EUA
De fato, as armas de fogo se tornaram um desafio.
Dados compilados pela BBC mostram que, em 2020, o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA registrou 45.222 mortes por ferimentos provocados por armas de fogo legalizadas sob o poder de civis.
Esses números indicam que o percentual de crianças e adolescentes mortos por armas de fogo superou qualquer outra causa, inclusive acidentes de carro, segundo pesquisadores da Universidade de Michigan.
Dados governamentais do Escritório de Armas sustentam ainda que, entre 2000 e 2020, houve a proliferação em massa de armas de fogo nos EUA, com aumento de 24.080% na fabricação de rifles de cano curto e 350% na importação de armas.
Nos Estados Unidos, a Segunda Emenda à Constituição assegura o direito à legítima defesa, o que permite o porte de armas. Com base nela, cada estado tem regras específicas sobre o tema, sendo o Texas um dos mais liberais. Lá, o governador republicano Greg Abbot assinou, em junho de 2021, sete leis para facilitar o porte de armas e blindar seus compradores.
"Não me digam que não podemos ter um impacto sobre essa carnificina", comentou Biden, ao mencionar as mortes nos últimos anos por armas de fogo nos EUA.
Mas e no mundo, qual o cenário?
Embora seja difícil aferir a quantidade de armas de fogo em razão do comércio ilegal, a Small Arms Survey, entidade internacional de segurança pública, estimativa que, pelos dados mais recentes publicados em 2018, mais de um bilhão de armas de fogo circulavam no mundo:
- 857 milhões (85%) nas mãos de civis
- 133 milhões (13%) sob arsenais militares
- 23 milhões (2%) de propriedade de agências de aplicação da lei
A política liberal dos EUA sobre o porte de armas coloca o país no topo do ranking em termos absolutos e proporcionais.
Ranking numérico:
- EUA: 393.300.000
- Índia: 71.100.000
- China: 49.700.000
- Paquistão: 43.900.000
- Rússia: 17.600.000
- Brasil: 17.500.000
- México: 16.800.000
- Alemanha: 15.800.000
- Iêmen: 14.900.000
- Turquia: 13.200.000
Os dez países que lideram a lista são nações populosas. Mas, chama a atenção que os EUA têm mais que o triplo da quantidade em relação ao segundo lugar, a Índia, que por sua vez, tem três vezes mais habitantes que o país norte-americano.
Proporcionalmente, os EUA também figuram em primeiro, com taxa duas vezes maior que a do segundo colocado.
Nessa estatística, entre os 25 países mais bem ranqueados, apenas o Uruguai representa a América do Sul, com uma taxa de 34,7 armas de fogo para cada grupo de 100 habitantes. O Brasil tem 8,3 para a mesma proporção populacional.
Ranking proporcional:
- EUA: 120.5 armas para cada grupo de 100 habitantes
- Iêmen: 52.8 armas para cada grupo de 100 habitantes
- Montenegro: 39.1 armas para cada grupo de 100 habitantes
- Sérvia: 39.1 armas para cada grupo de 100 habitantes
- Canada: 34.7 armas para cada grupo de 100 habitantes
- Uruguai: 34.7 armas para cada grupo de 100 habitantes
- Chipre: 34 armas para cada grupo de 100 habitantes
- Finlândia: 31.9 armas para cada grupo de 100 habitantes
- Islândia: 31.7 armas para cada grupo de 100 habitantes
- Bósnia e Herzegovina: 31.2 armas para cada grupo de 100 habitantes
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