Mais veloz e destruidor: do que é capaz o novo míssil hipersônico russo
O Ministério da Defesa disse que a Rússia testou com sucesso um míssil de cruzeiro hipersônico, chamado de Zircon. No vídeo divulgado, as autoridades russas alegam que é possível vê-lo sendo disparado da fragata Amiral Gorchkov, no mar de Barents, ao norte do país, e voando para o céu em trajetória íngreme.
Ele teria percorrido 1.000 quilômetros até o alvo, no mar Branco, localizado no Ártico. "O voo do míssil hipersônico correspondeu aos parâmetros especificados", afirmaram.
O Zircon (ou 3M22) é um míssil de cruzeiro antinavio, ou seja, projetado para percorrer longas distâncias, guiado, de modo a atingir embarcações com sua carga explosiva.
Ele voa significativamente mais rápido que outros mísseis antinavio russos e mísseis antinavio em serviço com outros países.
Armas hipersônicas podem ultrapassar a velocidade do som, mas o Zircon é capaz de atingir uma velocidade de cerca de 9 Mach para um alcance de mais de 1.000 km e uma altitude de 30-40 km, onde a resistência do ar é baixa e a velocidade pode ser maior.
Mach é uma unidade que representa a velocidade do som. Próximo ao nível do mar, 1 Mach (uma vez a velocidade do som) gira em torno de 1.235 km/h. Para se ter uma ideia, um jatinho dificilmente atinge a marca de 1 Mach.
As características de velocidade deste míssil o tornam inacessível aos sistemas de defesa. É quase impossível se proteger de tal míssil ou até mesmo detectar seu lançamento em tempo hábil.
A arma pode destruir alvos marítimos e terrestres. Seu uso está previsto em navios e submarinos já produzidos ou em construção para sistemas de mísseis Caliber, em fragatas, porta-aviões e instalações militares terrestres.
O Zircon é o primeiro míssil hipersônico do mundo lançado tanto de um navio de superfície quanto de um submarino subaquático. O primeiro disparo oficial aconteceu em outubro de 2020.
Nova geração de armas
O presidente russo, Vladimir Putin, descreveu o Zircon como parte de uma nova geração de sistemas de armas incomparáveis e fez questão de exaltá-lo em um momento de invasão da Ucrânia. A Rússia segue realizando testes de armas de alto nível como parte da estratégia de mostrar ao mundo suas proezas na tecnologia de mísseis.
Em março, a Rússia anunciou ter usado mísseis hipersônicos Kinjal na Ucrânia —antes ele tinha sido demonstrado só em testes. Eles são altamente manobráveis e também desafiam todos os sistemas de defesa antiaérea, afirmou Moscou.
"O sistema de mísseis de aviação Kinjal, com mísseis balísticos hipersônicos, destruiu uma grande instalação subterrânea de armazenamento de mísseis e munição de aviação das tropas ucranianas em Delyatin, região de Ivano-Frankovsk", disse Igor Konashenkov, porta-voz do Ministério da Defesa russo.
O Kinjal é chamado por Putin de "arma ideal" e tem capacidade para atingir um alvo a mais de 2.000 km de distância.
A Rússia também testou um novo míssil intercontinental com capacidade nuclear, o Sarmat, capaz de transportar 10 ou mais ogivas e atingir até os Estados Unidos.
O Sarmat é uma arma de quinta geração com muito alcance, capaz de atravessar continentes inteiros e atingir um alvo em quase qualquer lugar do mundo, sem que possa ser detida por qualquer escudo antimíssil existente.
Também conhecido como Satan 2, ele faz parte de um trio de outros mísseis hipersônicos apresentados como "invencíveis" por Putin em 2018. Esse tipo de dispositivo ar-terra supera a velocidade do som, enquanto faz manobras verticais e horizontais.
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