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Namorada de homem que atacou Kirchner: 'Não achei que faria algo assim'

Ambar, namorada do homem preso após ameaçar Cristina Kirchner, vice-presidente argentina - Reprodução/Redes sociais/Via C5N
Ambar, namorada do homem preso após ameaçar Cristina Kirchner, vice-presidente argentina Imagem: Reprodução/Redes sociais/Via C5N

Do UOL, em São Paulo

03/09/2022 00h00Atualizada em 03/09/2022 10h25

Ambar, namorada do homem preso na noite de ontem após ameaçar a vice-presidente argentina Cristina Kirchner com uma arma, disse ontem que não achava que o companheiro "conseguiria fazer algo assim". O responsável pelo ataque foi identificado pela polícia como o brasileiro Fernando Sabag Montiel, de 35 anos.

Segundo informações do Canal 5 Notícias, a mulher também negou, em entrevista à Telefe, que soubesse que o namorado iria praticar a ação e completou esclarecendo que eles namoram apenas há um mês.

"Fiquei espantada. Não pensei que ele conseguiria fazer algo assim. Eu tinha amigos e nenhum deles me chamou a atenção [sobre atitudes do Fernando]", disse a namorada do acusado à Telefe.

Ambar, que trabalha como ambulante, declarou ainda que nunca viu as munições encontradas pela polícia no apartamento do acusado.

Em entrevista, a namorada e amigos do homem ainda comentaram as tatuagens nazistas e as publicações de extrema-direita feitas por Fernando nas redes sociais. "As tatuagens são tatuagens e o fato de serem nazistas não significa que somos nazistas."

A mulher e os amigos de Fernando também disseram que estão sendo ameaçados após o ataque à vice-presidente argentina.

Quem é o suspeito?

O suspeito de apontar a arma para a cabeça da vice-presidente foi identificado como Fernando Andrés Sabag Montiel, brasileiro de 35 anos. Segundo o jornal Clarín, Fernando está na Argentina desde 1993 e trabalhava como motorista de aplicativos.

De acordo com informações da polícia, a partir das redes sociais do acusado, ele possui tatuagens com símbolos nazistas.

Nas suas redes sociais, que foram tiradas do ar após o ataque, ele se identificava como Fernando 'Salim' Montiel e era seguidor de grupos como "comunismo satânico", entre outros "ligados ao radicalismo e ao ódio", como definiu o portal do jornal La Nación, de Buenos Aires.

As fotos de Fernando estão em destaque nos portais de notícias e nas emissoras de televisão da Argentina, que recordam ainda uma aparição recente feita por ele em uma reportagem realizada pela Crónica TV nas ruas de Buenos Aires. "O que ajuda é sair para trabalhar", diz diante da câmera.

O brasileiro tem antecedentes por porte de armas não convencionais, datado de 17 de março de 2021. Na ocasião, ainda de acordo com a publicação, um policial percebeu que um veículo estacionado — um chevrolet prisma preto — estava sem a placa traseira. Quando Fernando abriu a porta do motorista para buscar a documentação, uma faca de 35 centímetros de comprimento teria caído. Ele, porém, argumentou que estava carregando a arma para se defender.