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Mídia internacional cita tom eleitoral e mentira de Bolsonaro na ONU

Do UOL, em São Paulo

20/09/2022 12h29Atualizada em 20/09/2022 13h04

Veículos de mídia internacionais repercutiram hoje o discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL) na abertura da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova York, apontando o tom eleitoral da fala.

A CNN Internacional destacou que o presidente afirmou que "a maioria da Amazônia continua intocada", mas que a floresta diminuiu durante o mandato dele. "O desmatamento disparou sob Bolsonaro, que encorajou a expansão do agronegócio e outras indústrias do país que usam os recursos naturais brasileiros", diz o texto.

O The New York Times destacou o tom eleitoral do discurso. "Em um palco mundial, o presidente do Brasil faz campanha para uma posição que ele pode perder", diz o texto do jornal norte-americano, acrescentando que a fala foi mais contida que a do ano passado, quando Bolsonaro defendeu medicamentos ineficazes para o tratamento da covid-19.

A agência de notícias AP apontou que Bolsonaro parecia estar "em plena campanha eleitoral" e pintou um "panorama rosado" da economia do país.

O argentino Clarín também citou o tom eleitoral. "Jair Bolsonaro fez campanha na ONU", diz o título do texto. "Seu discurso de pouco mais de 15 minutos [teve] fortes indicações de ato de campanha, a pouco menos de duas semanas para as eleições", escreveram.

Ataque a Lula e atos do 7 de Setembro

Em um discurso de 20 minutos, o presidente Jair Bolsonaro atacou o adversário nas urnas, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), citou atos em favor da sua candidatura à reeleição no 7 de Setembro e abordou temas como corrupção na Petrobras e preço dos combustíveis.

Sem fazer menção nominal ao ex-presidente Lula, Bolsonaro citou os escândalos de corrupção envolvendo a Petrobras, estatal de maior projeção no mercado internacional, e declarou que "o responsável por isso foi condenado em três instâncias". O postulante à reeleição omitiu, no entanto, que as sentenças foram derrubadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Ele também disse que os atos eleitorais do último 7 de Setembro foram "a maior demonstração cívica da história" do país.

"Milhões de brasileiros foram às ruas, convocados pelo seu presidente, trajando as cores da nossa bandeira. Foi a maior demonstração cívica da história do nosso país, um povo que acredita em Deus, Pátria, família e liberdade."

Secretário-geral diz que clima deve ser prioridade

Antes de Bolsonaro falar, o secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, disse que a questão climática deve ser "a prioridade de todos os governos".

Para ele, o mundo trava uma "guerra suicida" e o futuro da humanidade está em jogo. "Nosso planeta está queimando", declarou.