Topo

Guerra da Rússia-Ucrânia

Notícias do conflito entre Rússia e Ucrânia


'Criminoso' e 'indecente': o que Putin e Biden já declararam sobre a guerra

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente dos EUA, Joe Biden - Angela Weiss e Alexey Druzhinin/AFP
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente dos EUA, Joe Biden Imagem: Angela Weiss e Alexey Druzhinin/AFP

Jéssica Alves

Colaboração para o UOL

16/10/2022 04h00

O alerta do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre um "Armagedom" caso o presidente da Rússia, Vladimir Putin, use uma arma nuclear tática reacende os holofotes sobre a troca de declarações dos líderes em relação à guerra deflagrada contra a Ucrânia.

Joe Biden disse que a ameaça russa de utilizar armas atômicas no conflito da Ucrânia coloca o mundo no maior risco de "Armagedom" nuclear desde a crise dos mísseis cubanos no auge da Guerra Fria.

"Não enfrentamos a perspectiva do Armagedom desde Kennedy e a crise dos mísseis cubanos", disse ele no dia 6 de outubro, durante um evento de arrecadação de fundos do Partido Democrata.

A troca de farpas entre os líderes políticos ocorre desde que Putin anunciou uma "operação militar especial" na região de Donbas, no leste da Ucrânia, em fevereiro, dando início à guerra que já dura 7 meses.

Em declaração na Casa Branca, Biden afirmou que a Rússia, sozinha, seria responsável pela morte e destruição, ocasionadas pelo ataque.

"O presidente Putin escolheu uma guerra premeditada que trará uma perda catastrófica de vidas e sofrimento humano", declarou.

No início de março, o presidente dos Estados Unidos anunciou o bloqueio das importações do petróleo e do gás da Rússia. Diante disso, Vladimir Putin respondeu sobre essa decisão do governo norte-americano.

Assim, ele decidiu bloquear a exportação de matéria-prima para os países do ocidente, incluindo o próprio EUA. No texto, Biden estabeleceu a proibição seguindo uma lista de produtos pré-determinados pelo governo.

"Criminoso de guerra"

Em outra ocasião, Biden disse que o presidente russo é "um criminoso de guerra" pela invasão de seu país à Ucrânia.

Em conversa com um repórter na Casa Branca, no dia 16 de março, Biden disse: "ah, eu acho que ele é um criminoso de guerra", depois de responder inicialmente com um "não" a uma pergunta sobre se ele estava pronto para chamar Putin assim.

Dois dias depois, Vladimir Putin respondeu à declaração do presidente norte-americano. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a fala de Biden é uma "retórica inaceitável e imperdoável", de acordo com a agência de notícias Tass.

"Genocídio"

Biden também usou o termo "genocídio" para classificar os ataques da Rússia contra a Ucrânia.

Biden disse que a capacidade de as pessoas encherem os tanques de seus carros não poderia ser condicionada pelo fato de "um ditador declarar guerra e cometer genocídio do outro lado do mundo".

Putin, por outro lado, disse que discorda categoricamente da descrição feita pelo presidente dos Estados Unidos.

"Consideramos inaceitável este tipo de esforço para distorcer a situação", disse o porta-voz do Kremlin em uma teleconferência com repórteres.

"Isso é quase inaceitável de um presidente dos Estados Unidos, um país que tem cometido crimes bem conhecidos nos últimos tempos", acrescentou Peskov.

"Putin não pode continuar no poder"

Em mais uma declaração, Biden disse que o presidente Vladimir Putin "não pode continuar no poder", e sua guerra contra a Ucrânia tem sido um fracasso estratégico para Moscou.

"Pelo amor de Deus, esse homem não pode continuar no poder", disse Biden em viagem a Varsóvia, no mês de março.

O presidente da Rússia aprovou, em 2021, uma lei que lhe permite concorrer a mais dois mandatos. Isso significa que ele poderá ser reeleito para mais dois mandatos e permanecer no Kremlin até 2036, quando terá 84 anos.

"Estados Unidos tentam prolongar a guerra na Ucrânia"

Vladimir Putin disse que os Estados Unidos tentam prolongar a guerra na Ucrânia e acusou Washington de querer "parasitar" o mundo com interferências em outros países.

As declarações foram feitas pelo líder russo durante pronunciamento em uma conferência internacional de segurança realizada em Moscou, no mês de agosto.

"Os Estados Unidos e seus vassalos interferem grosseiramente nos assuntos internos de estados soberanos: eles organizam provocações, golpes de estado e guerras civis", acrescentou Putin.

Discurso na ONU

Durante discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, Joe Biden fez um duro ataque contra Vladimir Putin, o classificando como "cruel".

"A guerra foi escolhida por um homem cruel, um proeminente membro do Conselho de Segurança da Nações Unidas decidiu invadir o país vizinho, violando a Carta da ONU. Hoje, o presidente Putin voltou a fazer ameaças nucleares contra a Europa, em um claro desrespeito ao direito internacional", afirmou, referindo-se ao pronunciamento do mandatário russo sobre a mobilização nacional.

Em contrapartida, a Rússia chamou o discurso de Biden na ONU de 'indecente'. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que o mandatário norte-americano "fez uma falsa citação sobre as palavras" ditas pelo presidente Putin.

"Quanto ao discurso do presidente dos Estados Unidos, acho que foi absolutamente indecente a forma como começou. O fato é que ele iniciou 'citando o presidente da Rússia'. Nós, como sempre, começamos a verificar as palavras de Biden. Ele disse aquilo seguramente, mas o presidente russo não disse isso", declarou a porta-voz.