Jornal: Documentos apreendidos na casa de Trump têm dados sobre Irã e China
Os documentos apreendidos na casa do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump em Mar-a-Lago possuem informações "sensíveis" sobre programas de mísseis do Irã e um trabalho de inteligência a ser aplicado na China, segundo reportagem do jornal The Washington Post hoje.
O Washington Post disse ter recebido as informações de fontes que não podem ser citadas, mas que conhecem o caso. O material mais sensível encontrado nos documentos que até então estavam com Trump pode revelar como os Estados Unidos fazem sua coleta de informação para espionagem.
O armazenamento de tais dados por Trump pode implicar em "maltrato de informações classificadas, obstrução e destruição de registros governamentais", segundo as fontes do jornal. O ex-presidente, no entanto, nega essas acusações e alegou que um presidente pode "desclassificar" informações "até por pensamento".
Trump não respondeu a questionamentos da imprensa, mas publicou em sua própria rede social que o FBI (Federal Bureau of Investigation, equivalente à Polícia Federal) e a Administração de Arquivos e Registros Nacionais estariam planejando para incriminá-lo. Ele apelidou a situação de "farsa dos documentos".
Um ex-funcionário sênior do Departamento de Justiça, chamado David Laufman, foi consultado sobre o caso pelo jornal e disse que a "exposição imprudente de fontes e métodos inestimáveis da capacidade de inteligência" do país pesará contra Trump em uma possível acusação.
Relembre o caso
No dia 8 de agosto, o próprio Trump anunciou que o FBI havia realizado uma operação de busca em sua casa em Mar-a-Lago, na Flórida. O ex-presidente não informou, porém, o motivo para os agentes terem realizado a operação.
Segundo ele, o caso é "uma perseguição política". No entanto, o site Político teve acesso ao mandado de busca, que diz que Trump "é investigado por uma potencial violação da Lei de Espionagem", criada pelos EUA em 1917.
O item mostra ainda que o republicano possuía nota manuscrita e documentos ultrassecretos, marcados com "TS/SCI", que indicam o mais alto nível de classificação do governo e só podem ser guardados em locais especiais.
Ao todo, 20 caixas de documentos, fotos e outros itens foram retirados da mansão de Trump na operação. Foram quatro caixas de documentos "top secret", três de "secretos" e três de "confidencial". Também foi confirmada a recuperação de um material sobre o "presidente da França", Emmanuel Macron.
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