Ato reúne milhares de peruanos, que vão ao Congresso por renúncia de Dina
Desde o fim de semana, milhares de peruanos se deslocam para Lima, capital do país, a fim de participar do protesto de hoje.
O ato pede a renúncia da presidente Dina Boluarte, que assumiu o cargo em dezembro após um agravamento da crise institucional no Peru. Eles também exigem novas eleições e a extinção do Congresso.
Por volta das 17h (às 19h no horário de Brasília) de hoje, os manifestantes lotaram a Avenida Abancay para marchar até o Congresso, segundo o jornal peruano La Republica.
A expectativa é causar impacto e "tomar Lima". "Em Lima, a luta terá mais peso. Quando nos reprimem nas nossas regiões, ninguém fala nada", disse Abdon Félix Flores, de 30 anos, camponês que se diz pronto "para dar a vida". Ele deixou Andahuaylas no domingo, epicentro das manifestações de dezembro, para chegar a Lima na terça-feira.
Apesar do estado de emergência no país, os manifestantes não solicitaram permissão para a passeata deve percorrer cerca de 20 quilômetros pela cidade.
Dois manifestantes morreram desde ontem. Um foi baleado no tórax enquanto protestava em Macusani, região de Puno. Na mesma cidade, uma mulher levou um tiro quando uma multidão incendiou uma delegacia e uma sede do Poder Judicial.
44 pessoas foram mortas desde a nova instabilidade no Peru, em 7 de dezembro.
Polícia reforçada. A polícia mobilizou "11.800 policiais nas ruas para controlar os tumultos", disse o chefe da Região Policial de Lima, general Víctor Zanabría. "Contamos com mais de 120 caminhões e 49 viaturas militares, além da participação das forças armadas. A polícia está em alerta máximo", acrescentou.
Entenda
- A crise política no país se agravou em 7 de dezembro, quando o então presidente Pedro Castillo fez um pronunciamento em que disse que iria instituir um "governo de emergência excepcional" a fim de convocar novas eleições e, posteriormente, mudar a Constituição do Peru.
- O Congresso antecipou a sessão para votar pelo impeachment de Castillo e o afastou do cargo por "incapacidade moral". Horas depois, Dina Boluarte, então vice de Castillo, assumiu a Presidência.
- A presidente tenta apaziguar os ânimos e já disse que apresentará um projeto de lei ao Parlamento a fim de antecipar as eleições para abril de 2024. A princípio, a chapa de Castillo e Boluarte governaria até 2026.
- Mesmo preso, Castillo tem publicado cartas, em que agradeceu aos manifestantes, falou em golpe contra ele e acusou a imprensa local de receber dinheiro "para silenciar o massacre e a crise em todo o Peru".
(Com AFP)
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