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Repórter foge de manifestantes para não ser agredido no Peru

Repórter do site La República foge para não ser agredido por manifestantes no Peru - Reprodução/La República
Repórter do site La República foge para não ser agredido por manifestantes no Peru Imagem: Reprodução/La República

Do UOL, em São Paulo

20/01/2023 22h15Atualizada em 20/01/2023 22h56

O jornalista Omar Coca Atencio, videorrepórter do jornal La República, precisou fugir para não ser agredido com pedaço de pau por um grupo de manifestantes, que protestavam contra a presidente peruana Dina Boluarte, no centro de Lima (Peru).

Segundo a publicação, os manifestantes exigiam que ele parasse de gravar e desligasse a câmera enquanto estava filmando a agressão desse grupo a outra pessoa.

"Eu comecei a correr. Eles jogaram pás em mim, me emboscaram, me jogaram no chão e me chutaram", relatou Coca ao La República.

Equipamentos de trabalho, como seu aparelho celular e um microfone, foram destruídos pelos manifestantes. Ninguém foi preso.

45 mortes já registradas

Novos enfrentamentos em regiões do Norte e do Sul do Peru foram registrados hoje em meio a novas manifestações em Lima contra a presidente.

Até agora, 45 mortes já foram registradas desde o início da onda de protestos, em dezembro.

Os choques se concentraram nas regiões de La Libertad (Norte), Arequipa e Puno (Sul), com bloqueios de estradas e batalhas campais entre os manifestantes, que atiravam pedras com estilingues, e a polícia, que respondia com gás lacrimogênio.

O governo declarou ontem o estado de emergência em sete das 25 regiões do país —incluindo a capital e áreas do Norte e do Sul do país— até meados de fevereiro, habilitando assim a intervenção militar junto à polícia para controlar a ordem pública.

Início dos distúrbios

Os distúrbios já somam 45 mortes - 44 civis e um policial - desde o dia 7 de dezembro, após a destituição e detenção do presidente de esquerda e de origem indígena Pedro Castillo, acusado de tentar um golpe de Estado ao querer dissolver o Congresso - controlado pela direita - que estava a ponto de destitui-lo do poder por suspeita de corrupção.

Castillo foi substituído por Boluarte, sua vice-presidente, mas ela é vista como "traidora" pelos manifestantes.

(Com AFP)