25 mil soldados, caças e armas norte-coreanas: qual a força do grupo Wagner
O grupo Wagner, empresa militar que protagonizou o início de um levante contra a Rússia no final de semana, paga o equivalente a R$ 48,5 mil mensais a seus soldados, segundo o jornal britânico Daily Mail.
O valor teria subido com a guerra na Ucrânia: antes do conflito, o pagamento era de praticamente metade disso, R$ 26,7 mil.
Nos últimos dias, o líder da empresa, Yevgeny Prigozhin, afirmou ter 25 mil soldados sob seu comando na ofensiva contra Vladimir Putin. Em janeiro, o Ministério da Defesa do Reino Unido afirmou que o grupo comandava 50 mil soldados que estão atuando na Ucrânia.
O que se sabe sobre o poder do grupo Wagner?
Equipamentos militares do grupo Wagner incluem tanques. No levante contra a Rússia, o grupo Wagner mobilizou um comboio de Rostov-on-Don a Moscou com veículos militares de transporte de pessoal e carretas transportando tanques, segundo a agência de notícias Deutsche Welle.
Suspeita de gasto milionário para operações. Prigozhin estaria gastando mais de US$ 100 milhões (R$ 477,9 milhões) por mês para sustentar as operações do grupo na Ucrânia, segundo a agência de notícias Reuters. Parte do armamento de guerra usado pelo grupo paramilitar seria fornecido pelo próprio governo russo.
Caças e equipamentos de defesa aérea seriam operados pela empresa na Líbia, segundo apontou o departamento de Defesa dos EUA, em 2020.
Parte do armamento seria proveniente da Coreia do Norte. A Casa Branca afirmou, em dezembro do ano passado, que o grupo havia adquirido um carregamento de armas vindo da Coreia do Norte.
O Kremlin teria recebido foguetes e mísseis para uso do Grupo Wagner na Ucrânia, segundo o governo dos EUA. Prigozhin negou as informações, dizendo que se tratava de "fofoca e especulação".
Compras de equipamentos com documentos falsos. Em maio, o departamento de Defesa norte-americano informou que o grupo estaria tentando esconder aquisições de equipamentos para a guerra na Ucrânia, fazendo as compras pelo Mali usando documentos falsos. As aquisições incluiriam sistemas militares e armas. A estratégia seria uma forma de burlar sanções impostas pelos EUA à empresa. O governo russo desmentiu as informações.
Origem
Fundado em 2014, o Grupo Wagner reúne mercenários desde muito antes da guerra na Ucrânia. A maior parte dos primeiros integrantes era formada por ex-soldados de elite.
Prigozhin expandiu sua estratégia de recrutamento, aliciando prisioneiros civis e russos, além de estrangeiros.
A Constituição russa não permite o estabelecimento de empresas militares privadas, mas há brechas que acabam deixando que o grupo opere.
Grupo Wagner tem atuação intercontinental. Embora não seja possível rastrear com exatidão as operações, estima-se que o grupo mercenário atue em cerca de 30 países em todo o mundo, incluindo Síria e Mali, segundo a Deutsche Welle.
Como o grupo é financiado
O grupo faturou US$ 250 milhões em quatro anos, oferecendo serviços de segurança a países africanos e do Oriente Médio que passaram por guerras, segundo o Financial Times. Os valores teriam sido pagos por meio de recursos naturais destas nações.
A empresa teria recebido 25% das receitas de campos de petróleo e gás retomados pelo governo sírio, após ajudar o regime de Bashar al-Assad a combater rebeldes e o Estado Islâmico.
Pagamento pelos serviços de mercenários que frearam uma tentativa de golpe teria resultado no controle de minas de ouro e diamante na República Centro-Africana. No Sudão, empresas ligadas a Prigozhin também controlariam plantas para processamento de ouro, segundo o The New York Times.
Na Rússia, as receitas do grupo viriam de contratos com o próprio governo, de acordo com um relatório do governo do Reino Unido. Entre 2011 e 2019, empresas ligadas a Prigozhin teriam recebido pelo menos US$ 3 bilhões.
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