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Atentado a bomba mata ao menos 57 pessoas em evento religioso no Paquistão

Um atentado suicida no Paquistão matou pelo menos 57 pessoas e deixou mais de 50 feridos nesta sexta-feira (29) durante um evento religioso para celebrar o aniversário do profeta Maomé.

O que aconteceu:

"O homem-bomba detonou-se perto do veículo do vice-superintendente de polícia", disse à agência de notícias Reuters o vice-inspetor-geral da polícia Munir Ahmed, acrescentando que a explosão ocorreu perto de uma mesquita onde as pessoas se reuniam para uma procissão para comemorar o aniversário de Maomé, que é um feriado.

Até o momento, nenhum grupo assumiu a responsabilidade pela explosão, que ocorre em meio a uma alta de ataques reivindicados por grupos militantes no oeste do país, aumentando os riscos para as forças de segurança antes das eleições nacionais marcadas para janeiro próximo.

O atentado suicida foi registrado em Mastung, distrito da conturbada província paquistanesa do Baluchistão, próximo à fronteira com o Afeganistão.

Segundo atentado em um mês

Esta é a segunda explosão ocorrida em Mastung neste mês. Em 14 de setembro, 11 pessoas, incluindo o líder do partido religioso Jamiat Ulema-e-Islam (JUI), Hafiz Hamdullah, ficaram feridas devido a uma explosão perto do veículo em que viajavam na autoestrada Quetta-Karachi.

Este mesmo grupo político sofreu um atentado suicida no final de julho passado durante um comício político, que deixou pelo menos 63 mortos e 120 feridos, e que foi reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico de Khorasan, braço local do grupo terrorista.

O Baluchistão, que faz fronteira com o Afeganistão e o Irã, é a maior e menos populosa província do Paquistão. Grupos étnicos separatistas, incluindo o Exército de Libertação do Baluchistão, travam uma guerra de insurgência contra o governo paquistanês.

Os talibãs paquistaneses também têm uma forte presença na província.

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Mais ataques desde ascensão talibã no Afeganistão

O país tem sofrido um número crescente de ataques este ano, especialmente por parte de militantes islâmicos, após o colapso de um acordo de cessar-fogo entre os talibãs paquistaneses e o governo nacional no ano passado.

O Paquistão registrou um aumento da violência armada desde que os talibãs chegaram ao poder no Afeganistão, em agosto de 2021, o que reacendeu os ataques dos seus irmãos ideológicos paquistaneses, especialmente nas províncias fronteiriças afegãs de Khyber Pakhtunkhwa e Baluchistão.

O país testemunhou 271 ataques de militantes durante o primeiro semestre do ano, nos quais 389 pessoas foram mortas e outras 656 feridas, de acordo com um relatório publicado no início de julho pelo Instituto Paquistanês de Estudos de Conflitos e Segurança.

Um aumento significativo dos números em comparação com o mesmo período de 2022, quando o Paquistão sofreu 151 ataques que causaram 293 mortos e 487 feridos.

*Com informações da DW e da Reuters

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