Míssil de R$ 300 mil e scanner potente: como é o 'domo de ferro' de Israel

A guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas entrou no terceiro dia nesta segunda-feira (9), depois que um ataque surpresa lançou foguetes contra o território israelense no início da manhã de sábado. O Hamas fala em 5.000 disparos, enquanto Israel calcula 2.000.

A possibilidade de uma falha de segurança tem sido discutida entre especialistas, já que Israel é tido como uma potência em segurança e inteligência e possui o chamado Domo de Ferro, um sofisticado sistema antimísseis que intercepta foguetes.

O grau de eficácia do domo é, de acordo com Israel, de 92% — confirmando que, em teoria, nem todos os ataques podem ser interceptados.

Desta vez, há indícios de que Israel "ignorou um alerta de que algo grande aconteceria", segundo o Egito, e a dimensão do ataque foi sem precedentes —Israel já chama os eventos de seu "11 de setembro".

Além dos ataques por ar, que envolvem diretamente a atuação do Domo de Ferro, também ocorreram ataques por mar e terra.

Os foguetes lançados pelo grupo extremista serviram de cobertura para uma infiltração de homens armados do Hamas por vários pontos da fronteira com a faixa de Gaza — a maioria dos integrantes do grupo atravessou por brechas nas barreiras de segurança terrestre que separam a faixa de Gaza e Israel.

O sistema já apresentou problemas de funcionamento no passado.

De acordo com o jornal israelense The Times of Israel, em maio de 2021, um problema técnico com uma bateria durante um ataque em direção à cidade de Ashkelon impediu que alguns foguetes fossem interceptados.

Domo de Ferro, escudo antimísseis de Israel, dispara para interceptar foguete disparado em Gaza
Domo de Ferro, escudo antimísseis de Israel, dispara para interceptar foguete disparado em Gaza Imagem: Jack Guez/ AFP
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Como funciona o Domo de Ferro

Satélites monitoram Gaza 24 horas por dia. Radares escaneiam a região cinco vezes por segundo. Quando um foguete é lançado, ele é identificado quase imediatamente.

A trajetória do foguete é calculada em um segundo e meio. Após a identificação do disparo, o sistema estima o local da queda quase que instantânea.

A região da queda define se o foguete será interceptado. Se o sistema avaliar que o disparo atingirá uma área desabitada de Israel, o escudo antimísseis não faz nada para interceptar o ataque.

Se for cair em uma região povoada, o Domo de Ferro entra em ação. Neste caso, pelo menos dois mísseis israelenses são disparados para interceptar o foguete. O sistema também calcula para que o objeto não seja abatido sobre uma cidade ou área habitada.

A rapidez do sistema é fundamental. Um foguete disparado de Gaza pode atingir a cidade de Sderot, a cinco milhas de distância, entre 11 e 15 segundos. Já para Tel Aviv, a segunda maior cidade de Israel, esse tempo é de um minuto e meio.

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Quanto custa e quem paga?

Sistema é caro e conta com dinheiro dos EUA. Cada míssil interceptador do Domo de Ferro custa US$ 60 mil (cerca de R$ 300 mil), e o dinheiro para financiar o complexo sistema de defesa vem do Congresso norte-americano.

O Domo de Ferro foi desenvolvido por Israel em parceria com os EUA. Segundo o governo israelense, ele é um sistema apenas de defesa, que não serve para ataques. Os bombardeiros israelenses em Gaza costumam ser feitos por caça.

*Com reportagem publicada em 11/05/2023

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