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Tales: Torcida deve ser pelo fim da carnificina e não por Israel ou Hamas

A polarização política existente no Brasil não deve pautar as análises sobre a guerra entre Israel e Hamas e a única torcida deveria ser pelo fim da carnificina. A avaliação é do colunista do UOL Tales Faria, em participação no UOL News.

A opinião pública tende, diante do terror que está sendo em Israel, a não ficar de nenhum dos lados. A polarização existe, mas alguns casos estão sendo punidos, como o caso do assessor do deputado que fez gracinha e foi demitido por isso. Aqui no Brasil, a tendência é nos afastarmos dessa polarização entre judeus e palestinos. Tales Faria, colunista do UOL

Tales avalia que Israel corre risco de sair "moralmente derrotado" se seguir as declarações do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que pretende "usar toda a força de Israel para destruir o Hamas". O colunista lembrou de exemplos históricos marcantes de quem tentou fazer algo parecido e saiu derrotado, como as incursões nazistas na antiga União Soviética ou o fracasso dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã.

A tendência é termos um ataque pesado de Israel à Faixa de Gaza. Netanyahu falou em aniquilar o Hamas, mas às vezes guerras de aniquilação resultam em retumbantes fracassos. Não dá para torcer pelo fracasso ou sucesso de uma guerra de aniquilação. Os terroristas do Hamas e Netanyahu não merecem a nossa torcida. O que dá para torcer é para que, de alguma forma, a carnificina chegue ao fim. Quem propuser uma guerra de aniquilação corre sério risco de sair moralmente derrotado. Tales Faria, colunista do UOL

Análise: Ultimato sobre Gaza é catastrófico e pode se virar contra Israel

A professora de política internacional da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) Danielle Ayres considera "catastrófico" o ultimato dado por Israel, ordenando a saída da população do norte da Faixa de Gaza. A pesquisadora alerta para o risco de haver muitas mortes com o deslocamento de uma grande quantidade de civis por um território caótico, em um episódio que pode ter saldo extremamente negativo para Israel.

Do ponto de vista humanitário, é impossível deslocar metade da população de Gaza para uma parte do território, que tem sérias debilidades, em menos de 24 horas. Estamos falando de pessoas que estão há dias sem água, luz e comida. Esse tipo de situação é catastrófico. Nesse deslocamento, os reféns podem estar junto e colocados como escudos humanos. É um ultimato que fere tudo o que se espera na proteção aos civis. Isso pode se virar contra Israel. Danielle Ayres, professora de política internacional da UFSC

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em três edições: às 8h, às 12h com apresentação de Fabíola Cidral e às 18h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.

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Opinião

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