Netanyahu comete crime humanitário com ultimato em Gaza, diz professor
O ultimato dado por Israel para os moradores do norte da Faixa de Gaza irem para o sul e escaparem dos bombardeios é configurado como crime humanitário, explicou Rodrigo Amaral, professor de Relações Internacionais na PUC, no UOL News da manhã desta segunda-feira (16).
Na sexta (13), Israel deu prazo de 24 horas para mais de um milhão de residentes da parte norte de Gaza fugirem para o sul e escaparem de um ataque.
Isso deve ser categorizado como crime humanitário, segundo a própria ONU. A ONU menciona que qualquer forma de imposição de deslocamento forçado por parte de uma autoridade política sobre outra é crime humanitário no sentido de você obrigar esse deslocamento.
O que nós vemos é que na tentativa desses deslocamentos, temos também crimes de guerra, que são os bombardeamentos de carros de civis.
É um cenário de total violência.
O que aconteceu
A ONU afirmou que o pedido de Israel para que os civis de Gaza deixassem o território era impossível de ser realizado "sem consequências humanitárias devastadoras", o que provocou uma repreensão de Israel, que disse que a ONU deveria condenar o Hamas e apoiar o direito de autodefesa de Israel.
"O laço em torno da população civil em Gaza está se apertando. Como 1,1 milhão de pessoas podem se deslocar por uma zona de guerra densamente povoada em menos de 24 horas?", escreveu Martin Griffiths, chefe de ajuda da ONU, nas redes sociais.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse que seria impossível para as organizações de ajuda auxiliarem "um deslocamento tão grande de pessoas em Gaza" enquanto o local permanecesse sob o cerco israelense.
"As necessidades são impressionantes, e as organizações humanitárias precisam ser capazes de aumentar as operações de ajuda".
Os Estados Unidos, que pediram a Israel que protegesse os civis, não hesitou em apoiar publicamente seu aliado. O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse que uma retirada tão grande era uma "tarefa difícil", mas que Washington não questionaria a decisão de dizer aos civis para saírem.
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