Brasil condena ataque a hospital em Gaza, mas não cita autores
O governo brasileiro condenou o bombardeio que atingiu um hospital no centro de Gaza. O Ministério de Saúde local, administrado pelo Hamas, diz que 471 pessoas morreram.
O que aconteceu:
Em nota, o Brasil repudiou o ataque contra alvos civis e infraestruturas de saúde, mas não apontou culpados. O hospital Al-Ahly Arab foi atingido na noite de ontem (17). As principais vítimas são crianças e mulheres.
O Hamas apontou Israel como responsável pelo ataque e chamou o ato de "genocídio". O país, por sua vez, acusou a Jihad Islâmica, que também negou envolvimento.
O Brasil repudia nos mais fortes termos ataques a alvos civis, sobretudo a estruturas de saúde, e exorta as partes no conflito a cumprir suas obrigações perante o direito internacional humanitário.
Trecho de nota do Itamaraty
O governo reiterou o apelo por uma "pausa humanitária" para o fornecimento de água, comida, suprimentos médicos, combustível e eletricidade a Gaza. O Brasil também pede corredores humanitários para a saída de civis das áreas de conflito.
Insta também a que seja dado acesso do Comitê Internacional da Cruz Vermelha aos reféns para que possa desempenhar suas funções de agente humanitário neutro e reitera seu apelo a que os reféns sejam liberados.
Trecho da nota do Itamaraty
Uma resolução do Brasil para a guerra Israel-Hamas foi apresentada hoje no Conselho de Segurança da ONU, mas o texto foi rejeitado pelos Estados Unidos.
Mais cedo, o presidente Lula (PT) lamentou o ataque, que chamou de "tragédia injustificável". Ele afirmou que "os inocentes não podem pagar pela insanidade da guerra".
Lula defende um cessar-fogo "urgente" e a intervenção humanitária internacional em Gaza. "Lancemos mão de todos os recursos para pôr fim à mais grave violação aos direitos humanos no conflito no Oriente Médio".
Hamas acusa Israel pelo ataque
O Hamas e a Autoridade Palestina acusaram Israel pelo ataque. O país nega. O Hospital Al-Ahly Arab está no centro da cidade de Gaza e tinha, além de pacientes e profissionais de saúde, diversas pessoas deslocadas dentro de Gaza, que procuraram o local como um ponto seguro.
O hospital Al-Ahly Arab estava na lista de evacuações ordenadas por Israel —um ato criticado pela ONU.
O hospital era um dos 20 no norte da Faixa de Gaza que estavam recebendo ordens de evacuação dos militares israelenses. A ordem de evacuação foi impossível de ser cumprida devido à insegurança atual, à condição crítica de muitos pacientes e à falta de ambulâncias, equipe, capacidade de leitos do sistema de saúde e abrigo alternativo para os deslocados.
Trecho da nota da OMS
Atacar deliberadamente hospitais é considerado um crime de guerra, segundo o Estatuto de Roma. "Conduzir intencionalmente ataques contra edifícios dedicados à religião, educação, arte, ciência ou fins de caridade, monumentos históricos, hospitais e locais onde os doentes e feridos são recolhidos, desde que não sejam objetivos militares", diz o Artigo 8 do Estatuto.
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