Quem são os líderes do Hamas mortos por Israel: 'Já estavam mapeados'

As sete lideranças do grupo extremista Hamas mortas em Gaza já estavam mapeadas pelas tropas israelenses, indicam especialistas em confrontos armados ouvidos pelo UOL.

Quem eram os líderes do Hamas que Israel diz ter matado

Zachariah Abu Ma'amar, o chefe do escritório para relações internas. Ele integrava um conselho responsável pelas tomadas de decisão do grupo extremista, responsável pelo planejamento dos ataques. No dia 10 de outubro, as forças israelenses confirmaram ter matado Zachariah em um bombardeio.

Joad Abu Shmalah, gerenciamento de recursos. Segundo as forças israelenses, Schamalah ocupou cargos de segurança e liderou uma série de ataques contra Israel. Ele também foi morto no dia 10 deste mês.

Ali Qadi, o comandante de uma unidade de elite. Preso em 2005 sob a acusação de matar e sequestrar civis israelenses, Qadi estava entre os mais de mil palestinos libertados por Israel em 2011 em troca de um soldado que havia sido capturado pelo Hamas em 2006. Ele foi morto em um ataque aéreo no sábado (14), segundo comunicado das Forças de Defesa de Israel.

Murad Abu Murad, o chefe da formação aérea. Murad "teve um papel importante nos ataques terroristas", segundo Israel. Assim como Qadi, ele foi morto no sábado (14) em um bombardeio que atingiu dezenas de locais pertencentes a lideranças do Hamas, segundo as Forças de Defesa de Israel.

Matez Eid, comandante da ala de segurança nacional do distrito sul de Gaza. Segundo o exército israelense, Eid foi alvo de um bombardeio no domingo (15) que atingiu mais de 250 alvos militares do Hamas.

Belal Alqadra, comandante de unidade de elite. Foi morto em um bombardeio aéreo na segunda-feira (16).

Ayman Nofal, braço armado do Hamas. Nofal era membro do Conselho Militar Geral do grupo e chefe da ala militar da Brigada Central de Gaza. É o militar de maior destaque abatido desde o início do conflito. A morte dele foi anunciada ontem pelo próprio Hamas.

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Imagem: Arte/UOL
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Líderes monitorados

Professor do Programa de Pós-Graduação em ciências militares, Sandro Teixeira Moita diz acreditar que as lideranças do grupo extremista Hamas já estavam sendo monitoradas por Israel. E, caso houvesse algum ataque, já haveria a determinação para que fossem alvo de caças e drones.

As lideranças já estavam mapeadas, como parte da estratégia israelense, caso houvesse alguma hostilidade. O problema é que, ao fazer os ataques, há muitas mortes de civis palestinos, já que os bombardeios acontecem em uma área densamente populosa, onde vivem mais de 2 milhões de pessoas.
Sandro Teixeira Moita

O coronel Anselmo de Oliveira Rodrigues, que coordena o Observatório Militar da Praia Vermelha no Rio de Janeiro, diz que os ataques às lideranças são mais efetivos do que as ações contra as tropas do Hamas. Com doutorado em ciência Política e relações Internacionais, o militar acredita que essa estratégia afeta diretamente a organização do grupo extremista.

Essas lideranças mortas ocupavam cargos importantes na operacionalização de atividades do Hamas. Às vezes, eliminar lideranças é mais efetivo do que abater uma quantidade expressiva de soldados.
Coronel Anselmo de Oliveira Rodrigues

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Hezbollah anuncia 'dia de fúria ' contra Israel e EUA

Aliado do grupo extremista Hamas no Líbano, a organização xiita Hezbollah conclamou os libaneses a ir às ruas nesta quarta para um "dia de fúria sem precedentes" contra Israel e os Estados Unidos. O presidente americano, Joe Biden, estará em Tel Aviv hoje — já o encontro do americano com Mahmoud Abbas foi desmarcado pelo presidente palestino.

O anúncio foi feito após um bombardeio matar centenas de pessoas nesta terça em um hospital de Gaza. "O ataque revela a verdadeira e criminosa face desta entidade [Israel] e de seu patrocinador, os EUA, que detêm responsabilidade direta e completa pelo massacre", diz o texto. Houve protesto em Beirute e em outras capitais de países da região.

Com o ataque, que Israel nega ter cometido, o número de palestinos mortos na guerra passa de 3.000. Em Israel, segundo o governo, são mais de 1.400 mortos e pelo menos 200 reféns.

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