Human Rights Watch critica EUA por vetar proposta do Brasil na ONU
A Human Rights Watch, uma das mais importantes organizações em defesa dos direitos humanos no mundo, criticou os Estados Unidos após o veto à resolução proposta pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU, que propunha que uma pausa humanitária fosse estabelecida em Gaza para socorrer civis.
O que aconteceu:
"Mais uma vez, os Estados Unidos usaram de forma cínica seu poder de veto para impedir que o Conselho de Segurança da ONU atue em relação à Israel e à Palestina em um momento de violência sem precedentes", destacou a ONG em comunicado após a resolução fracassar.
Para a entidade, os Estados Unidos foram contra "demandas que eles mesmos insistem", entre as quais o cumprimento da lei humanitária internacional e a garantia da ajuda humanitária "vital e essencial" aos necessitados.
A Human Rights Watch ainda propôs que, diante do impasse no Conselho, o tema vá para debate na Assembleia Geral da ONU para que sejam tomadas "medidas urgentes para proteger os civis e evitar atrocidades em grande escala".
Como os países votaram
O texto teve doze votos de apoio: Brasil, França, Malta, Japão, Gana, Gabão, Suíça, Moçambique, Equador, China, Albânia, e Emirados Árabes. O Conselho é formado por 15 membros.
Dois países se abstiveram: Rússia e Reino Unido.
Para ser aprovada, a resolução precisava de pelo menos nove votos e nenhum veto dos membros permanentes, caso dos EUA. Além dos Estados Unidos, têm poder de veto sobre qualquer resolução tomada pelo conselho França, Reino Unido, Rússia e China — os cinco são membros permanentes.
Proposta da Rússia fracassou
Uma primeira tentativa de aprovar uma resolução no Conselho sobre a crise em Gaza já havia fracassado na segunda-feira (16). O texto russo foi vetado pelos governos dos EUA, Reino Unido e França.
O Brasil se absteve na ocasião, enquanto a China deu seu voto ao projeto do Kremlin. O texto russo teve cinco votos de apoio: China, Emirados Árabes, Moçambique, Gabão e Rússia.
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