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Análise: Há ação asquerosa ao hierarquizar saída de estrangeiros de Gaza

Priorizar certas nacionalidades na lista de estrangeiros autorizados a sair de Gaza é uma ''ação asquerosa''. A análise sobre a decisão conjunta tomada por Israel e Egito é do professor de relações internacionais da PUC-SP Rodrigo Amaral, em participação no UOL News desta quinta (2).

Se virmos as nacionalidades dos estrangeiros que saíram de Gaza nessas primeiras levas, falamos majoritariamente de atores do norte global. Em segundo plano, estão outras nacionalidades, de países 'menos relevantes' ou que incomodam Netanyahu. Essa é uma hipótese para a não liberação dessas figuras, como no caso dos brasileiros. Por último, estão os palestinos. Existe uma ação asquerosa de hierarquização de prioridades que tem a ver com as nacionalidades. Rodrigo Amaral, professor de relações internacionais da PUC-SP

Até o momento, os brasileiros continuam fora das listas de estrangeiros autorizados a sair da Faixa de Gaza pela fronteira de Rafah. Já os americanos são maioria, com 400 das 576 pessoas liberadas.

A pressão pessoal de Joe Biden para que cidadãos dos EUA fossem incluídos nestas listas iniciais, porém, não alivia a situação política dele, na avaliação de Amaral. O professor destacou que o alinhamento do presidente norte-americano ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu deve lhe custar caro em sua tentativa de se reeleger ao cargo, já que o mandatário enfrenta protestos de parcela significativa do seu eleitorado.

Falamos de milhares de pessoas que clamam pela paz e pela cessação imediata da agressão israelense a Gaza. Se o cenário já era complicado para Biden antes do conflito em Gaza, agora ficou um pouco mais. Boa parte do eleitorado dele é progressista, com comunidades islâmicas e judaicas. Biden está em um cenário crítico. Rodrigo Amaral, professor de relações internacionais da PUC-SP

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