EUA pedem cuidado de Israel ao atacar Hamas: 'Proteger civis é importante'
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou hoje que Israel tem direito de se defender, mas pediu cuidado com civis nos ataques contra o grupo extremista Hamas.
O que aconteceu
Blinken disse que essa cautela é "importante" quando se trata da "proteção dos civis". "Que tudo seja feito para protegê-los e para levar assistência àqueles que dela necessitam tão desesperadamente, e que não foram, de forma alguma, responsáveis pelo que aconteceu em 7 de outubro", afirmou o secretário de Estado. O americano deu a declaração ao lado do presidente de Israel, Isaac Herzog, em visita a Tel Aviv.
"Nenhum país deveria tolerar o massacre de inocentes", declarou Blinken a jornalistas após as agendas com as autoridades israelenses. Ele defendeu que a comunidade internacional ajude a conter a escalada da guerra, contribua com a proteção de civis palestinos em Gaza e aumente a assistência humanitária ao território.
Críticas ao Hamas e solução de dois Estados. O secretário também disse que o Hamas usa civis como escudos humanos "cinicamente e monstruosamente" e defendeu que a solução para o conflito seria o reconhecimento da Palestina como independente. Para Blinken, esse reconhecimento seria a "única maneira de garantir' a segurança de Israel.
Mais cedo, o secretário também esteve com premiê Benjamin Netanyahu. Após essa reunião, Blinken participou de um encontro do conselho de guerra de Israel, do qual Netanyahu também faz parte. O governo israelense disse que mostrou imagens do "massacre" feito pelo Hamas.
Continuamos convencidos de que Israel não só tem o direito, mas a obrigação de se defender e de fazer tudo o que estiver ao seu alcance para que o 7 de outubro nunca mais aconteça. Antony Blinken, secretário de Estado dos Estados Unidos
A tentativa de negociar "pausas humanitárias" reforça o que foi defendido pelo presidente dos EUA, Joe Biden. Ele afirmou que o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, havia concordado anteriormente em interromper brevemente os bombardeios em 20 de outubro para permitir a libertação de duas cidadãs norte-americanas, Judith Raanan, 59, e sua filha, Natalie Raanan, 17.
EUA são 'totalmente responsáveis' por guerra, diz Hezbollah
Chefe do Hezbollah disse que os EUA são 'totalmente responsáveis' pela guerra. Essa foi a primeira que o líder do grupo, Sayyed Hassan Nasrallah, se manifestou desde 7 de outubro, quando começou o conflito. Ele fez um pronunciamento simultâneo à entrevista coletiva de Blinken a jornalistas.
Ataque de 7 de outubro "100% palestino". Nasrallah afirmou ainda que o Hezbollah não se envolveu no ataque que começou a guerra em Israel. "A sagrada e grande operação de 7 de outubro foi o resultado de uma decisão tomada 100% pelos palestinos. A decisão não foi partilhada com outras facções da resistência islâmica. Eles decidiram e executaram." Ele disse avaliar que o ataque causou um "terremoto" em Israel e expôs a "fraqueza" do país.
O líder do Hezbollah também disse que "todas as opções" estão abertas para uma ampliação da guerra na frente libanesa com Israel. A origem do grupo é do Líbano. Os Estados Unidos responderam que eles não devem "se aproveitar" do conflito entre Israel e o Hamas. "Nós e os nossos aliados temos sido claros: o Hezbollah e outros atores - estatais ou não estatais - não devem tentar se aproveitar do conflito em curso", disse um porta-voz não identificado do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos.
Israel fechou cerco à Cidade de Gaza
As Forças de Defesa de Israel anunciaram na noite desta quinta-feira (2) que cercaram completamente a Cidade de Gaza, disse o porta-voz do exército israelense, Daniel Hagari.
Em resposta à declaração, o braço armado do Hamas, formado pelas Brigadas Ezzedine al-Qassam, disse que Gaza seria uma "maldição" para Israel e que seus soldados voltariam para casa "em sacos pretos".
Número de mortos em conflito já passa de 10 mil. Pelo menos 9.227 palestinos foram mortos, incluindo 3.826 crianças, em ataques israelenses em Gaza desde 7 de outubro, informou o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza. Em Israel, os mortos são ao menos 1.400.
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