Forças israelenses realizam operação no maior hospital de Gaza
As Forças de Defesa de Israel anunciaram que tropas terrestres invadiram o lado oeste do Hospital Al-Shifa, maior unidade de saúde de Gaza, onde o Hamas é acusado de manter túneis e um centro de comando.
"Apelamos a todos os terroristas do Hamas presentes no hospital que se rendam", diz o comunicado. Menos de uma hora antes, um porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza disse ter recebido um aviso do Exército israelense sobre sua intenção de realizar a incursão no complexo médico "nos próximos minutos".
O que aconteceu:
Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel disseram que, com base em informações de seu serviço de inteligência, deram início à operação "em uma área específica e direcionada do Hospital Al-Shifa contra o Hamas".
A operação das Forças de Defesa do Exército israelense inclui equipes médicas e falantes de árabe, que passaram por treinamento específico para se preparar para esse ambiente complexo e sensível, com a intenção de que nenhum dano seja causado aos civis.
Forças de Defesa de Israel, em nota
Operational Update:
-- Israel Defense Forces (@IDF) November 15, 2023
IDF forces are carrying out a precise and targeted operation against Hamas in a specified area in the Shifa Hospital, based on intelligence information and an operational necessity.
The IDF is conducting a ground operation in Gaza to defeat Hamas and?
Youssef Abul Reesh, funcionário do Ministério da Saúde, que está dentro do hospital, diz ter visto tanques israelenses dentro do complexo e "dezenas de soldados dentro da emergência".
O contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz do Exército israelense, alegou que "ao longo das últimas semanas, indicamos várias vezes que o uso contínuo do hospital Al-Shifa para fins militares pelo Hamas levaria ao fim de sua proteção sob o direito internacional".
Para o tenente-coronel Peter Lerner, outro porta-voz de Israel, o hospital é para o Hamas "um centro de comando de suas operações, talvez até mesmo o coração pulsante" do grupo armado, a declaração foi veiculada pela CNN Internacional.
11.14.23 8:10 PM EST Anderson Cooper @andersoncooper on @AC360 w/ @IDF Spokesperson Lt Col Peter Lerner (ret ) @LTCPeterLerner (5:39) pic.twitter.com/kg60kzqoQq
-- Jeff Storobinsky (@jeffstorobinsky) November 15, 2023
"Há grandes explosões e poeira entrou nas áreas onde estamos. Acreditamos que ocorreu uma explosão dentro do hospital", disse o médico Munir al-Bursh, diretor-geral do Ministério da Saúde de Gaza, à televisão Al Jazeera que as forças israelenses haviam invadido o complexo médico.
Milhares de pessoas, entre pacientes, profissionais de saúde e civis deslocados pela guerra, estão amontoadas neste complexo que, segundo o Hamas, está cercado "por todos os lados" pelas tropas israelenses e está no meio de "tiros intensos".
"A operação foi precedida por um esforço para evacuar o hospital dos pacientes e daqueles que se refugiavam, e até foi aberto um corredor especial", acrescenta Israel.
Segundo o governo dos Estados Unidos, o Hamas e a Jihad Islâmica "operam um núcleo de comando e controle de Al Shifa". De acordo com o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, os dois grupos islamitas "usam alguns hospitais na Faixa de Gaza, incluindo o Al Shifa, como uma maneira de esconder e apoiar suas operações militares e manter os reféns. Eles têm túneis debaixo desses hospitais".
"Temos informação que confirma que o Hamas está usando esse hospital específico como um núcleo de controle e comando e provavelmente para armazenar equipamentos, armas. Isso é um crime de guerra", afirmou Kirby, horas antes de Israel anunciar a operação.
Kirby, entretanto, reiterou oposição aos ataques. "Não apoiamos ataques aéreos a um hospital. Não queremos ver tiroteio em hospital onde pessoas inocentes, pessoas indefesas, pessoas doentes estão para não serem apanhadas no fogo cruzado. Hospitais e pacientes devem ser protegidos"
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Quero receberO Hamas negou as acusações dos Estados Unidos e disse que isto incitará Israel a "cometer mais massacres". "Essas declarações dão luz verde à ocupação israelense para que cometa mais massacres brutais contra hospitais, com o objetivo de destruir o sistema de saúde de Gaza e deslocar os palestinos", assinalou o movimento islamista em comunicado.
A pressão aumenta sobre Israel em relação ao cerco militar ao redor do Al-Shifa, onde os médicos afirmam que pacientes e civis estão presos em condições terríveis.
O Escritório da ONU para Assuntos Humanitários (OCHA, na sigla em inglês) estima que há pelo menos 2.300 pessoas bloqueadas, enquanto os recursos se esgotam.
Mohamad Abu Salmiya, diretor do Al-Shifa, informou, nesta terça-feira, que tiveram que enterrar dezenas de mortos em uma vala comum.
*Com informações da Reuters e AFP
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