Conteúdo publicado há 2 meses

Ex-embaixador dos EUA se declara culpado por ter espionado para Cuba

Ex-embaixador dos Estados Unidos na Bolívia, Víctor Manuel Rocha admitiu ter espionado para Cuba e se declarou culpado. A informação é da agência de notícias Associated Press.

O que aconteceu

O ex-embaixador, de 73 anos, se declarou culpado das acusações de trabalhar para Cuba. "Estou de acordo", disse Rocha, quando questionado se mudaria sua declaração para "culpado", pela juíza do Tribunal Distrital dos EUA, Beth Bloom.

Víctor Manuel Rocha vai voltar ao tribunal em 12 de abril, quando provavelmente será sentenciado. Rocha foi acusado de agir como agente de um governo estrangeiro sem notificação prévia ao procurador-geral; de atuar como agente de um governo estrangeiro sem aviso prévio às autoridades do Ministério Público; e de usar um passaporte obtido por meio de declaração falsa.

Acusações retiradas. Ainda segundo a AP, promotores retiraram 13 acusações, incluindo fraude eletrônica e declarações falsas. Rocha é ex-embaixador dos Estados Unidos na Bolívia.

Espião por 40 anos

Rocha admitiu ter trabalhado para Cuba durante "40 anos". Ele foi desmascarado ao realizar reuniões com um agente disfarçado do FBI que se passava por representante da Direção Geral de Inteligência de Cuba, de acordo com a denúncia.

Ex-embaixador celebrou suas atividades. Nas conversas, ele se referiu repetidamente aos Estados Unidos como "o inimigo" e aos seus contatos cubanos como "companheiros".

Ele foi detido em dezembro de 2023, na Flórida. "Esta ação expõe uma das infiltrações de maior alcance e duração no governo dos Estados Unidos por parte de um agente estrangeiro", disse o procurador-geral, Merrick B. Garland, no documento em que detalhou a acusação contra Rocha.

Com início das atividades em aproximadamente 1981, Rocha "secretamente apoiou a República de Cuba". Segundo a denúncia, norte-americano nascido na Colômbia atuou na "missão clandestina de coleta de informações de inteligência contra os Estados Unidos" organizada pelo governo cubano.

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Para cumprir sua missão, o acusado obteve um emprego no Departamento de Estado dos EUA. Entre 1981 e 2002 ele aproveitou a posição "em cargos que lhe proporcionaram acesso a informações não públicas, incluindo informações classificadas, e a capacidade de influenciar a política externa americana", afirmou o comunicado.

Rocha também foi assessor do Comando Sul dos Estados Unidos. Este é o comando conjunto das forças armadas americanas cuja área de responsabilidade inclui Cuba.

Entre 1999 e meados de 2002, foi embaixador dos EUA em La Paz. Na Bolívia, Rocha causou grande polêmica ao ameaçar retirar a ajuda americana à guerra boliviana contra as drogas se o esquerdista Evo Morales ganhasse as eleições.

Com AFP

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