Conteúdo publicado há 2 meses

Golpe da mala: líbio-brasileiros presos na Turquia têm julgamento adiado

O casal líbio-brasileiro preso na Turquia após ter as etiquetas das malas trocadas no Aeroporto de Guarulhos teve o julgamento adiado para maio.

O que aconteceu

Julgamento deveria acontecer nesta quinta-feira (7), mas um das testemunhas faltou. Nova data ficou marcada para 21 de maio, segundo a advogada Luna Provázio, que os representa no Brasil.

Defesa de Ahmed e Malak Hasan está confiante. "A audiência tem um bom prognóstico. Foram ouvidas algumas testemunhas, que são funcionários da alfândega do Aeroporto de Istambul. Eles foram ouvidos e questionados se tinham alguma narrativa que pudesse incriminar o casal, e não houve nenhuma prova desfavorável a eles", explicou.

"Foram ouvidos dois funcionários da alfândega, entretanto, um outro funcionário listado no rol de testemunhas não compareceu à audiência e, por esse motivo, o tribunal decidiu marcar uma nova audiência para 21 de maio", disse a advogada

Casal vai seguir preso. A advogada explicou que Ahmed e Malak seguem detidos até a próxima audiência a pedido do Ministério Público turco.

Os dois não são considerados suspeitos pela polícia brasileira. A suspeita é de que a dupla tenha sido vítima da mesma quadrilha que incriminou duas brasileiras por tráfico na Alemanha trocando etiquetas de bagagem.

Advogada cobrou ação do governo brasileiro. Segundo a defensora, autoridades brasileiras precisam ser mais claras e devem explicar que caso já aconteceu antes no aeroporto de Guarulhos. "Uma das testemunhas disse que ouviu boatos de que esse crime de troca de etiquetas em Guarulhos já teria acontecido outras vezes, mas que não recebeu nenhuma confirmação oficial da polícia brasileira, ou da Interpol", disse.

"O presidente da República, ou uma alta autoridade do Brasil, seja ministro da Justiça ou Itamaraty, precisa deixar claro para a Turquia que esse crime já aconteceu outras vezes", cobra Luna Provázio. "Nós já anexamos diversas provas e reportagens de vários casos, como o da Alemanha, em que elas foram inocentadas. Mas, quando se trata de crimes internacionais, provas da defesa não tem mesmo peso de provas diplomáticas", garantiu.

Não tem nenhuma prova contra o casal no processo inteiro. Não tem. [...] Eles ficarem mais quase três meses presos, é inadmissível. A saúde mental deles está muito fragilizada, a saúde física também
Advogada Luna Provázio

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Entenda o caso

Ahmed Hasan viajou com a esposa e o filho para a Turquia em outubro de 2022 e, de lá, foram para a Líbia. A viagem ocorreu sem qualquer intercorrência.

Em maio de 2023, Hasan foi sozinho à Turquia e, ao chegar no país, foi preso. A acusação é por tráfico internacional de drogas.

As malas com 43 quilos de cocaína saíram de Guarulhos para a Turquia em 26 de outubro de 2022, quatro dias depois de Hasan ter embarcado. A informação foi dada pelo delegado Felipe Lavareda, da Polícia Federal, ao Fantástico.

Em dezembro, Ahmed e Malak Hasan tiveram prisão preventiva decretada A decisão da Justiça turca ocorreu mais de um ano após o crime o qual são apontados.

Malak estava proibido de deixar a Turquia desde maio. A esposa dele estava na Líbia quando ele foi preso, mas foi até a Turquia para passar pela audiência ontem. Os dois estão em celas diferentes da prisão.

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O casal tem dois filhos, ambos com menos de três anos. A defesa do casal não informou com quem as crianças estão.

Malas trocadas

Investigadores suspeitam que a etiqueta da bagagem de Ahmed tenha sido arrancada no dia do embarque dele, mas guardada para ser usada depois. A droga passou por um ônibus de transporte de passageiros, por uma carreta (que faz os transportes dentro do aeroporto) e por um galpão dentro de Guarulhos antes de ser colocada no avião, segundo informações dadas pela PF ao Fantástico. Na ocasião, o Aeroporto de Guarulhos afirmou que o manuseio das bagagens é responsabilidade das companhias aéreas.

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