Irã lança drones e mísseis contra Israel, que está em 'alerta máximo'

O Irã lançou neste sábado (13) "dezenas" de drones e mísseis em direção a Israel. O ataque, confirmado pelos dois países, é uma retaliação ao bombardeio israelense contra o consulado iraniano na Síria que matou dois líderes militares do Irã.

O que aconteceu

Canal ligado à mídia estatal do Irã confirmou ataque de drones. Segundo a PressTV, a Guarda Revolucionária do Irã — também conhecida como Força Quds, responsável pelas operações militares internacionais iranianas — "lançou extensivos ataques com drones contra alvos em territórios ocupados", termo que o Irã usa para descrever Israel.

"Em resposta aos numerosos crimes cometidos pelo regime sionista, incluindo o ataque à seção consular da embaixada da República Islâmica do Irã em Damasco e o martírio de um grupo de comandantes e assessores militares de nosso país na Síria, a força aérea da Força Aeroespacial do Corpo de Guardiães da Revolução Islâmica disparou dezenas de mísseis e drones contra alvos específicos dentro dos territórios ocupados", afirmou a televisão estatal, citando o departamento de relações públicas da Guarda Revolucionária do Irã.

Força Aérea de Israel está rastreando os drones iranianos. Segundo o porta-voz do Exército de Israel, contra-almirante Daniel Hagari, os drones levarão horas para chegar ao território israelense, e os militares agora trabalham para interceptá-los "o mais rápido possível". "Esta é uma escalada grave e perigosa", disse Hagari.

Sirenes só serão acionadas se drones invadirem 'locais relevantes'. Israel estima que mais de cem drones foram lançados pelo Irã, segundo apuração da emissora americana CNN. Caso haja mais ataques nas próximas horas, Hagari fará um novo pronunciamento à população.

Israel orienta moradores a permanecerem perto de espaços seguros. "Os residentes do norte das Colinas de Golã, da área de Nevatim, Dimona e Eilat são obrigados a permanecer perto de espaços de proteção até novo aviso", diz o comunicado, ressaltando que "em qualquer caso, é necessário esperar dez minutos e ao menos".

Espaço aéreo israelense foi fechado à 0h30 (18h30 em Brasília). O Iraque também anunciou o fechamento temporário do seu espaço aéreo e a interrupção do tráfego. Mais cedo, a Jordânia já havia comunicado a adoção da mesma medida, citando falhas nos serviços de GPS. Depois, o Líbano também suspendeu os voos.

Israel "preparado"

Gabinete de guerra se reúne em Israel. Governo informou que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e demais autoridades estão reunidas no Kirya, em Tel Aviv.

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Tensão com o Irã já havia colocado Israel em alerta máximo. Em comunicado divulgado hoje, o Exército israelense anunciou o cancelamento de aulas e restrições a reuniões nos próximos dois dias. Segundo o contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz do Exército, dezenas de aviões de combate estão no ar como parte do estado de prontidão.

Primeiro-ministro disse que Israel está 'preparado'. Em discurso transmitido pela TV, Benjamin Netanyahu garantiu que o país está preparado para enfrentar qualquer cenário, "tanto em defesa quanto em ataque", acrescentando que Israel conta com o apoio dos Estados Unidos e "de muitos outros países". As declarações foram feitas antes do anúncio sobre os drones iranianos.

Chanceler israelense pregou união frente aos 'grandes desafios'. "Todos precisamos manter a nossa unidade como povo e como país frente aos grandes desafios que enfrentamos. Apenas juntos venceremos", publicou Israel Katz, ministro das Relações Exteriores de Israel, no X (antigo Twitter).

Ataque na Síria

Ataque atribuído a Israel na Síria matou sete pessoas. O bombardeio do último dia 1º atingiu o consulado iraniano em Damasco, matando dois integrantes do alto escalão militar do Irã. O embaixador iraniano e sua família não sofreram ferimentos.

Entre os mortos, estava o comandante Mohammad Reza Zahedi. A televisão estatal iraniana Irib informou que o general de brigada, um dos principais comandantes da Guarda Revolucionária do Irã, foi morto em um "ataque de combatentes do regime sionista" ao anexo do Consulado do Irã em Damasco.

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Ministro das Relações Exteriores do Irã culpou Israel pelo ataque. Por telefone, Hossein Amir Amirabdollahian disse ao chanceler sírio, Faisal Mekdad, que o governo iraniano considera Israel responsável pelas consequências do bombardeio, de acordo com a mídia estatal. "[Foi] Uma violação de todas as convenções internacionais", acrescentou.

Bombardeio aconteceu três dias após ataques que mataram 53 na Síria. Entre os mortos, estavam 38 soldados sírios e sete combatentes do Hezbollah — movimento libanês aliado do regime sírio de Bashar al-Assad, do palestino Hamas e do Irã, todos inimigos de Israel.

(Com AFP e Deutsche Welle)

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