Dilma grampeada, 11 de setembro: relembre vazamentos famosos do WikiLeaks

Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, se declarou culpado de espionagem como parte de um acordo com a Justiça dos EUA. Depois de uma saga jurídica de 14 anos, ele voltou à Austrália, seu país natal, em liberdade.

O site foi responsável pela revelação de milhares de documentos confidenciais. Abaixo, relembre alguns dos vazamentos mais famosos que aconteceram na plataforma.

Guerra no Afeganistão e no Iraque

Mais de 700 mil documentos sobre atividades militares e diplomáticas americanas, principalmente no Iraque e no Afeganistão, foram vazados em 2010. Eles são considerados um dos primeiros e maiores vazamentos do WikiLeaks e revelaram a morte de milhares de civis causadas pelo exército norte-americano.

Entre os documentos está um vídeo que mostra a morte de civis, incluindo dois jornalistas da Reuters. Eles foram mortos por disparos de um helicóptero de combate americano no Iraque, em julho de 2007.

Espionagem do governo Dilma

Em 2015, o site publicou que 29 membros do governo brasileiros foram grampeados. De acordo com o próprio WikiLeaks, a espionagem nos números brasileiros era "intensa" e não se limitava somente à então presidente Dilma Rousseff (PT) — os grampos também estariam nos telefones de assistentes, secretários, do então ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, do escritório da presidente no Palácio do Planalto e até mesmo no avião presidencial.

Segundo o site, o governo norte-americano não monitorava somente membros próximos à presidente. No que considerou uma "campanha de espionagem econômica contra o Brasil", o WikiLeaks afirma que o Banco Central também foi grampeado, assim como números do Itamaraty e de embaixadores brasileiros em países como Alemanha, França e Estados Unidos. Nelson Henrique Barbosa Filho, então ministro do Planejamento e da Fazenda, também teria sido grampeado.

Documentos publicados em 2016 mostram que a Agência de Segurança Nacional dos EUA teria grampeado reuniões de autoridades internacionais. Um desses encontros teria sido entre o então secretário-geral da ONU, Ban Ki Moon, e Angela Merkel, chanceler alemã à época, sobre estratégias em relação à mudança climática. Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, Silvio Berlusconi, então primeiro-ministro da Itália, e Nicolas Sarkozy, então presidente da França, também tiveram linhas telefônicas e reuniões grampeadas pela agência.

Hillary Clinton

Mensagens envolvendo o nome de Hillary Clinton tomaram o noticiário mundial em 2016, durante a campanha das eleições presidenciais nos EUA. O WikiLeaks divulgou emails e outros documentos do Comitê Nacional Democrata e do gerente de campanha dela, John Podesta.

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Os emails revelaram como a cúpula do partido favoreceu Hillary nas primárias e trabalhou para desacreditar seu principal adversário, Bernie Sanders. Esses vazamentos causaram danos significativos à campanha de Clinton e foram atribuídas pela própria candidata como um potencial fator para sua derrota para o republicano Donald Trump.

Ataque às Torres Gêmeas

O WikiLeaks teve acesso a trocas de mensagens que teriam sido realizadas durante o ataque terrorista ao World Trade Center, em Nova York, em 2001. Em 2009, o site publicou o que disse ser mais de 573 mil mensagens enviadas via "torpedo" durante os ataques.

Os textos relatam o aviso de ameaça ao avião presidencial, Air Force One, e as ordens às equipes de segurança do governo. Mensagens de civis e de empresas durante o ataque também foram vazadas. Os textos enviados foram divulgados na íntegra, com códigos do governo, siglas e detalhes confidenciais.

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